Três dos 10 equipamentos que voltarão para a administração estadual devem ser objeto das concessões

Aeroportos regionais do Ceará, agora devolvidos ao Governo do Estado, deverão ser concedidos à iniciativa privada.
A informação é do secretário de Turismo do Ceará, Eduardo Bismarck, em declaração na última quinta-feira (10) durante jantar do Lide Ceará, grupo de líderes de algumas das maiores empresas do Estado.
A mudança, caso confirmada, ocorrerá após um período sob gestão da Infraero.
Conforme o secretário, a tendência é de que os aeroportos de Canoa Quebrada, Cruz-Jericoacoara e Sobral entrem na rodada de negociações.
O Ceará precisa debater o futuro que queremos para os nossos aeroportos, mas, no meu ponto de vista, é que tenhamos operações de outorga por 10 ou 20 anos, pelo menos dos maiores aeroportos: Jericoacoara, Aracati e Sobral.
“Vamos ver se a gente consegue até lá dar viabilidade para algum outro aeroporto regional. Na gestão dos menores, é um debate para o futuro. Se a gente vai ficar com um, dois ou com 10, é muito cedo”, afirmou.
Vale lembrar que, há menos de um mês, o Governo do Estado publicou, em caráter emergencial, um processo para contratar empresas interessadas em gerir, em caráter emergencial, todos os aeroportos regionais do Ceará.
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Nova gestão dos aeroportos prevê mudanças visando futuros administradores
Os aeroportos regionais do Ceará — 10 no total — vão sair da gestão da Secretaria de Obras Públicas (SOP) e passar para a administração da Secretaria de Turismo (Setur), comandada por Bismarck, após a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) ter aprovado, na quarta-feira (9), a mudança.
Segundo ele, “é uma grande responsabilidade que o governador está transferindo” da SOP para a Setur, mas já são previstas diversas ações.
Ele explicou que a gestão dos aeroportos ainda está com a Infraero, e os equipamentos deverão primeiro passar para a pasta de obras públicas e, posteriormente, chegar à Secretaria de Turismo.
O secretário defendeu que, dos dez, dois aeroportos — Canoa Quebrada e Cruz/Jericoacoara — estão “em uma classificação acima para poder receber voos” comerciais, e Sobral já teria possíveis interessados para operarem no local.
“O de Sobral há o interesse de companhias aéreas em viajarem para lá, já me registraram isso, mas precisamos fazer ajustes de equipamentos que permitam o pouso, normal para poder ter a certificação para os aviões comerciais. Nosso foco vai ser garantir que esses aeroportos estejam aptos a operar para a gente poder trabalhar em Jericoacoara o aumento do fluxo de voos e conseguir, quem sabe no futuro, voos para Aracati e Sobral”, projetou.
Essa situação, no entanto, “não é uma coisa concreta para agora”, reforçou Bismarck: “Não posso dizer que a gente tem isso concreto, mas é um trabalho que já estamos nos dedicando”, reforçou.

Jericoacoara não deve receber voos internacionais no curto prazo
O titular da Setur declarou ainda que, atualmente, “não tem viabilidade nenhuma” a possível internacionalização do aeroporto de Cruz/Jericoacoara.
O tema chegou a ser objeto de desejo da região com o sucesso do equipamento, o único dos regionais que atualmente conta com voos regulares, mas é preciso uma série de outros investimentos para tornar realidade o objetivo.
“Depois que a gente assumir os aeroportos novamente, pode ser que a gente comece a construir um futuro visando a internacionalização. Óbvio que precisamos adequar diversos serviços, como Receita Federal, Polícia Federal, questões técnicas que precisam ser reformadas”, expôs o secretário.
Bismarck ainda criticou o trabalho feito pela Infraero ao longo de pouco mais de um ano à frente dos aeroportos regionais.
A empresa geriu os equipamentos entre agosto de 2023 e abril deste ano, o que, na visão do secretário, foi realizado de forma insatisfatória.
“A ideia do governador é receber esses aeroportos que não receberam investimentos da Infraero, dar robustez para que eles possam, no futuro, se tornar interessantes, seja para iniciativa privada, seja até mesmo para a própria Infraero querer ter outro tipo de atuação nele, mas não os vejo como potenciais recebedores desses aeroportos porque tiveram a oportunidade, mas não fizeram um trabalho adequado”, argumentou.
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