O remédio atua no controle da glicemia e também promove a perda de peso significativa

O Mounjaro é um medicamento injetável à base da substância Tirzepatida, aprovado para o tratamento de diabetes tipo 2 e, mais recentemente, utilizado com bons resultados no tratamento da obesidade.
O remédio atua ajudando no controle da glicemia e também promovendo a perda de peso significativa, por isso tem sido cada vez mais indicado para pessoas com sobrepeso ou obesidade, informou a nutricionista Alessandra Toffano*.
Previsto para ser lançado no Brasil em junho, o Monjauro teve a chegada ao mercado nacional antecipada, anunciou a farmacêutica Eli Lilly. Com a mudança, as canetas estarão disponíveis para compra nas farmácias brasileiras até 15 de maio.
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Como Mounjaro leva à perda de peso?
Conforme a especialista, o medicamento age em dois hormônios: o GLP-1 e o GIP, que regulam a saciedade e o controle da glicose. Com isso, o Mounjaro reduz o apetite, desacelera o esvaziamento do estômago e ajuda a pessoa a se sentir saciada por mais tempo. Esse conjunto de efeitos leva, na maioria dos casos, à redução da ingestão calórica e à perda de peso progressiva.
Para quem é indicado o uso?
O Mounjaro é indicado principalmente para pessoas com diabetes tipo 2 que precisam melhorar o índice glicêmico.
“No entanto, ele também pode ser prescrito, fora da bula, para pessoas com obesidade ou sobrepeso com comorbidades, sempre com acompanhamento médico, pois cada organismo reage de forma diferente. É importante lembrar que ele não substitui uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável”, esclarece a nutricionista.
O uso pode ser feito por adultos, não recomendado para menores de 18 anos.
Quais são os efeitos colaterais?
Os efeitos colaterais mais comuns do medicamento incluem:
- Náuseas e dores abdominais: principalmente no início do tratamento, à medida que o corpo se adapta;
- Alteração no apetite e perda de peso: o medicamento reduz naturalmente a fome;
- Dores de cabeça e tontura podem acontecer nos primeiros dias de uso;
- Prisão de ventre ou diarreia são efeitos gastrointestinais frequentes, mas costumam melhorar com o tempo.
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Quanto tempo dura uma caneta?
Cada caneta dura, em média, 4 semanas, já que a aplicação é semanal. O tratamento, no entanto, pode durar vários meses, dependendo dos objetivos e da evolução do paciente, sempre com ajustes feitos pelo médico.
A aplicação do Mounjaro é subcutânea e a dose é progressiva.
Quanto custa o Mounjaro no Brasil?
Segundo a profissional, atualmente, o preço pode variar entre R$ 1.200 e R$ 1.800 por caneta, dependendo da dosagem e da farmácia.
Como conseguir Mounjaro pelo SUS?
De acordo com Alessandra Toffano, atualmente, o Mounjaro (tirzepatida) ainda não está disponível pelo SUS. Embora tenha sido aprovado pela Anvisa em setembro de 2023 para o tratamento do diabetes tipo 2, o medicamento ainda não foi incorporado oficialmente ao Sistema Único de Saúde.
“Isso significa que, por enquanto, o acesso ao Mounjaro se dá apenas por meio de prescrição médica e aquisição na rede privada. A expectativa é de que o medicamento esteja nas drogarias até o próximo dia 15. E recentemente, a Anvisa tornou obrigatória inclusive a retenção de receita médica para a compra do medicamento”, esclareceu a profissional.
Retenção de receita médica
No último mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elevou o rigor para prescrição e dispensação de medicamentos agonistas GLP-1, mais conhecidos como canetas emagrecedoras. Com a decisão, passará ser obrigatória a retenção de receita na venda de produtos como Mounjaro, Ozempic, Wegovy, entre outros.
Com a decisão, o sistema de prescrição médica das substâncias deverá ser feita em duas vias, e a comercialização só poderá ocorrer com a retenção de uma delas na farmácia ou drogaria, assim como acontece com os antibióticos. A validade do receituário será de 90 dias a partir da data de emissão.
Qual é o melhor: Mounjaro ou Ozempic?

A nutricionista destaca que ambos são medicamentos da mesma classe, mas com diferenças importantes.
“O Ozempic, à base de semaglutida, age apenas no receptor GLP-1. Já o Mounjaro atua tanto no GLP-1 quanto no GIP, o que pode gerar maior eficácia em relação à perda de peso e controle glicêmico. No entanto, o “melhor” vai depender do perfil de cada paciente, da resposta individual ao tratamento e da avaliação do médico. É sempre uma escolha personalizada”, explica Alessandra Toffano.
Para a profissional, apenas o uso do medicamento isolado não é o ideal para o emagrecimento de forma saudável e equilibrada. Com acompanhamento profissional e plano alimentar personalizado, resultados para a saúde a longo prazo também são alcançados, para além da perda de peso.
“É importante lembrar que nenhum medicamento faz milagre sozinho. O Mounjaro pode ser uma ferramenta, mas o verdadeiro resultado vem quando unimos isso a uma alimentação equilibrada, ao cuidado com a saúde emocional e ao acompanhamento de profissionais capacitados. Como nutricionista, vejo todos os dias o poder transformador de uma nutrição individualizada que acolhe, orienta e respeita o corpo”, conclui a especialista.
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