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Três cidades do Ceará registram os menores investimentos públicos do Estado; veja ranking

Acopiara, Capistrano e Itapiúna foram as piores cidades cearenses em investimentos públicos em 2024, de acordo com Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF). 

Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) analisou 181 municípios cearenses com base em dados de 2024

Escrito por
Letícia do Valeleticia.dovale@svm.com.br
21 de Setembro de 2025 – 07:00

(Atualizado às 07:07)
Igreja Matriz de Acopiara
Legenda: As pontuações de Capistrano, Acopiara e Itapiúna foram, respectivamente, 0,0995, 0,1909 e 0,1937. Na imagem, Igreja Matriz de Acopiara
Foto: Mikael Teixeira/Prefeitura de Acopiara

Acopiara, Capistrano e Itapiúna foram as piores cidades cearenses em investimentos públicos em 2024, de acordo com Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF).

A pesquisa, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), busca analisar a situação das contas públicas municipais e mostrar como as prefeituras administram os recursos. Os dados foram divulgados nessa quinta-feira (17).

Já o índice Investimentos é referente à capacidade da prefeitura de gerar bem-estar e competitividade. Além desse indicador, o estudo investiga a Autonomia, os Gastos com Pessoal e a Liquidez dos municípios.

Os dados foram coletados com base em resultados fiscais oficiais, declarados pelas próprias prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

 

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Para essa edição, foram analisadas as contas de 181 dos 184 municípios cearenses, a partir dos dados de 2024. As informações das cidades de Graça, Meruoca e Penaforte estavam inconsistentes ou indisponíveis. Ao todo, foram avaliadas 5.129 cidades brasileiras.

Na pesquisa, cada município recebe uma pontuação referente a um índice. O valor varia entre 0 e 1 e pode ser classificado da seguinte forma:

  • Crítico: resultados inferiores a 0,4 ponto;
  • Difícil: resultados entre 0,4 e 0,6 ponto;
  • Bom: resultados entre 0,6 e 0,8 ponto;
  • Excelente: resultados superiores a 0,8 ponto.

As pontuações para o índice de Investimentos de Capistrano, Acopiara e Itapiúna foram, respectivamente, 0,0995, 0,1909 e 0,1937.

As três cidades integram um grupo de 47 municípios cearenses com esse indicador considerado crítico ou difícil, representando cerca de 26% das prefeituras do Estado analisadas.

74% dos municípios cearenses têm elevado nível de investimento público

Apesar desses números, 74% (134) das cidades apresentaram elevado nível de investimento público, dentre as quais 68 prefeituras tiveram nota máxima no indicador ao destinarem mais de 12% do orçamento para investimentos.

O resultado da média estadual do índice também foi satisfatório: 0,7664, acima da média nacional (0,7043).

 

Paralelamente, a média de investimentos de Fortaleza (0,8154) também ficou acima da média nacional, assim como da média entre as capitais (0,7050).

 

Na visão do economista e presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon), Wandemberg Almeida, um nível baixo de investimento público pode estar relacionado a entraves fiscais e dívidas herdadas de gestões anteriores, enquanto um alto nível de investimento pode ser resultado de atividades econômicas mais fortes na região.

No entanto, ambas as realidades estão diretamente relacionadas à gestão municipal.

 

“Municípios com uma melhor gestão fiscal acabam tendo maior capacidade de atração de recursos federais e estaduais. Infelizmente, nós elegemos muitas pessoas que não sabem o que é gestão financeira, planejamento tributário. Muitos dos municípios acabam colocando gestores apenas por ser familiar ou conhecido. Isso é um problema do País como um todo”
Wandemberg Almeida

Economista e presidente do Corecon

 

IFGF Investimentos em números – Ceará

 

181
cidades cearenses analisadas
20 (11%)
cidades cearenses classificadas como crítico
27 (15%)
cidades cearenses classificadas como difícil
35 (19%)
cidades cearenses classificadas bom
99 (55%)
cidades cearenses classificadas como excelente

 

Prefeituras brasileiras destinaram R$ 120,2 bilhões para investimentos públicos

No Brasil, a pesquisa aponta que os municípios assumiram protagonismo no investimento público, com a média nacional do índice chegando ao maior nível desde 2013.

Além disso, as cidades já são responsáveis por, aproximadamente, 60% dos investimentos públicos realizados no País.

Em 2024, as prefeituras investiram, em média, 10,2% do total da receita, com 1.601 cidades destinando mais de 12% do orçamento para esse tipo de despesa e conquistando nota máxima no índice.

Ainda de acordo com o estudo, R$ 120,2 bilhões foram destinados a investimentos municipais, o que significa uma média de R$ 856,9 em investimento público para cada brasileiro.

O cenário favorável seria resultado da maior distribuição de receitas públicas, com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) alcançando o maior valor da série histórica: R$ 177 bilhões.

No entanto, as desigualdades persistem: enquanto nas cidades de até 20 mil habitantes a média de recursos destinados a investimentos públicos foi de R$ 1.000 por cada morador, nas cidades com população superior a 100 mil habitantes esse valor não ultrapassou R$ 500.

Outro ponto que salienta as diferenças entre os municípios é o fato de que 938 prefeituras (18,3% do total) terminaram o ano em nível crítico, destinando, em média, apenas 3,2% do orçamento para investimentos públicos.

IFGF Investimentos em números – Brasil

 

5.129
cidades brasileiras analisadas
938 (21,6%)
cidades brasileiras classificadas como crítico
957 (20,4%)
cidades brasileiras classificadas como difícil
908 (20,2%)
cidades brasileiras classificadas bom
2.326 (37,8%)
cidades brasileiras classificadas como excelente

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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