Com o objetivo de ampliar o debate sobre o câncer infantojuvenil, a campanha Setembro Dourado visa conscientizar a sociedade sobre a importância da identificação precoce dos sinais e sintomas da doença em crianças e adolescentes. Por isso, ao usar a cor dourada a campanha destaca o valor inestimável da infância, incentivando ações integradas entre profissionais de saúde, familiares e a população em geral.

A mobilização central do Setembro Dourado gira em torno da promoção do diagnóstico precoce e da ampliação do acesso ao tratamento adequado, fatores considerados decisivos para elevar as taxas de cura do câncer pediátrico. Outro objetivo importante é reduzir o estigma, compartilhando relatos e histórias de crianças e adolescentes em tratamento, além de destacar a relevância do acompanhamento multidisciplinar e do acolhimento no ambiente hospitalar.

A cancerologista e hematologista infantil do Hospital Albert Sabin (HIAS) em Fortaleza, Dra. Viviane Viana, alerta que os pais devem ficar atentos aos primeiros sinais de mudanças no corpo da criança. ”A população pode pensar que crianças não possam adquirir o câncer, mas a doença já é a primeira causa de morte de crianças de 0 a 18 anos no nosso país”, explica a cancerologista.

”Febre de origem indeterminada, perda de peso inexplicada, qualquer mancha pelo corpo, é importante que a família fique atenta e perceba se esses sintomas não estão respondendo ao tratamento habitual”, aponta Dra. Viviane.

Embora nem sempre seja fácil perceber os sintomas do câncer em crianças, atenção a alguns sinais pode fazer a diferença. Alguns dos principais indícios incluem:

1. Pallidez repentina e persistente
2. Febre sem causa aparente e prolongada
3. Linhadenomegalia (ínguas aumentadas) sem infecção clara
4. Dores ósseas ou nas articulações
5. Perda de peso e apetite
6. Pontos roxos ou sangramentos inexplicados
7. Alterações visuais e dores de cabeça frequentes

Durante esse mês, diversas atividades educativas, debates públicos e ações informativas ocorrem em hospitais, escolas e redes sociais. Há um esforço coletivo para melhorar o conhecimento sobre o câncer pediátrico, suas características e os caminhos mais adequados para o diagnóstico e o tratamento. Essas ações buscam principalmente diminuir a desinformação, fator que pode atrasar o início do tratamento e influenciar negativamente nos prognósticos de cura.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2025 são esperados cerca de 8.500 novos casos de câncer infantojuvenil no país. O índice de cura pode chegar a 80% quando o diagnóstico acontece em fase inicial, evidenciando a importância das estratégias de informação e orientação promovidas pelo Setembro Dourado.

Prevenção

De acordo com a hematologista e cancerologista do HIAS, não existe neste momento estratégias de prevenção, como nos cânceres em adultos.

A médica alerta, contudo, que uma vez que esse paciente seja encaminhado de maneira precoce, obtenha o diagnóstico e o tratamento seja instituído, a criança ou o adolescente tem grande chance de responder bem e se curar da doença.

”O alerta é: leve sua criança ao pediatra, ao médico da família, só diagnostica a doença quem pensa em câncer infantil, uma doença rara é a nossa última hipótese, mas precisamos pensar nela para diagnosticar”, conclui a Dra. Viviane.