Antônio Carlos Camilo Antunes é apontado como um dos principais operadores do esquema de desvio de recursos de benefícios do INSS

A CPMI do INSS deve ouvir nesta quinta-feira (25) Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS“.
No último dia 15, a presença de Antônio Carlos na CPMI chegou a ser confirmada, mas foi cancelada.
Preso pela Polícia Federal desde o dia 12 de setembro, o empresário é apontado como um dos principais operadores do esquema de desvio de recursos de benefícios do INSS.
“Em outra oportunidade ele confirmou [a presença] e acabou não comparecendo à CPMI. Desta vez, temos o compromisso do advogado. Temos também o desejo dele de participar, ainda que fique calado. E temos a liberação do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do ministro André Mendonça, para que possamos ouvir com toda tranquilidade aquele que é considerado o principal organizador de todo esse esquema criminoso”, disse o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), nessa segunda-feira (22), à Agência Câmara de Notícias.
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Ameaças e fuga
A prisão do “Careca do INSS”, decorrente de um desdobramento da Operação Sem Desconto, ocorreu por uma série de práticas que poderiam levá-lo a fugir do Brasil, conforme relatório da Polícia Federal (PF). Segundo divulgado pelo jornal O Globo, ele é investigado como um dos principais operadores do esquema de desvios de aposentadorias por meio de associações.
A PF afirma que Antunes estava ameaçando testemunhas, usando um estacionamento de um shopping em Brasília para esconder patrimônio e preparando uma rota de fuga para os Estados Unidos. Isso inclui a compra de uma casa no país norte-americano e a identificação de uma viagem para o exterior “em data próxima” à deflagração da operação sobre as fraudes no INSS.
Quem é o ‘Careca do INSS’?
Apesar do apelido, Antunes nunca foi funcionário do órgão, e é apontado pela PF como “sócio de uma miríade de empresas” que recebiam recursos de diversas associações e os disponibilizava a servidores do INSS.
A movimentação financeira total dele neste período foi de R$ 53,5 milhões, proveniente de entidades sindicais e de empresas relacionadas às associações. Em pouco mais de quatro meses, ele movimentou R$ 12,2 milhões nas contas bancárias pessoais.
Ele aparece ainda como proprietário de 22 empresas, nos mais variados ramos. Parte delas era usada nas relações com entidades que recebiam os valores descontados das aposentadorias, diz a PF.
Em Brasília, Antunes ostentava luxo, com 12 carros que incluem modelos como Porsche e BMW, além de um imóvel de R$ 3,3 milhões no Lago Sul, bairro nobre da capital federal, pago à vista por ele, conforme consta na investigação.
O empresário também é apontado como representante legal de uma firma sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, que a PF acredita ser um paraíso fiscal.













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