Arqueólogos encontraram quase 100 moedas na antiga cidade de Hipos; acervo pode ter sido escondido durante invasões no século 7

Arqueólogos descobriram um tesouro raro de moedas de ouro e joias de quase 1.400 anos na antiga cidade de Hipos (Sussita), nas colinas a leste do Mar da Galileia. A informação foi divulgada pela Universidade de Haifa (Israel) na quinta-feira (25).
O conjunto inclui 97 moedas de ouro puro e fragmentos de joias, como brincos com pérolas, pedras semipreciosas e vidro. O achado ocorreu em julho, quando a detectora de metais Edie Lipsman identificou o tesouro entre paredes de basalto e pedras antigas.
“Eu não conseguia acreditar — moedas de ouro começaram a aparecer uma após a outra”, disse Lipsman em comunicado.
Moedas da era bizantina
Segundo os pesquisadores, as moedas datam do reinado de Justino I (518–527 d.C.) até o início de Heráclio (610–613 d.C.), incluindo solidi, semisses e tremisses. O solidus, criado por Constantino no século IV, foi uma moeda de ouro estável e serviu como referência monetária na Europa e no Oriente Médio por séculos.
Uma moeda rara encontrada é um tremissis cunhado em Chipre (610 d.C.), durante a revolta de Heráclio contra o imperador Focas, que iniciou a dinastia heracliana. Para os arqueólogos, a presença de joias junto às moedas indica que o tesouro provavelmente pertencia a um ourives ou a uma família rica, e não a uma instituição religiosa.
Tesouro escondido durante invasões
Segundo especialistas do Times of Israel, o acervo foi provavelmente enterrado durante a invasão do Império Sassânida à Palestina bizantina (614 d.C.), pois moradores de cidades cristãs, incluindo Hipos, escondiam suas riquezas.
A cidade voltou ao controle bizantino cerca de 15 anos depois, mas foi conquistada novamente em 636 com a expansão muçulmana. O declínio definitivo ocorreu após um terremoto (749 d.C.), quando Hipos foi abandonada.
“Este é um tesouro puramente bizantino”, disse o arqueólogo Michael Eisenberg (Universidade de Haifa). “Ele acrescenta uma camada importante à nossa compreensão da história política e econômica da região”.
O tesouro será agora analisado, com leitura das inscrições das moedas e documentação das joias. Ainda não há previsão de exposição em museus. “Encontrar moedas e joias com quase 1.400 anos que parecem novas é uma experiência rara”, afirmou Eisenberg.











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