O termo “vulva de Ozempic” pode parecer uma piada de internet, mas descreve uma mudança real e desconcertante enfrentada por muitas mulheres após o uso das chamadas canetas emagrecedoras.
Após popularizado como o “rosto de Ozempic” e do “braço de Ozempic”, a região íntima agora entra na lista das partes do corpo afetadas pela perda brusca de gordura causada por medicamentos à base de semaglutida — substância criada originalmente para tratar o diabetes tipo 2, mas que ganhou fama como solução rápida para emagrecer.
O termo viralizou nas redes sociais e, entre usuárias, são mais frequentes relatos sobre flacidez, perda de volume, ressecamento e irritações na vulva após a redução acelerada de peso. Especialistas explicam que, ao contrário do que muitos imaginam, a gordura corporal tem função essencial na sustentação e proteção dos tecidos, inclusive na área íntima.
Quando a perda é muito rápida, há uma redução drástica do tecido subcutâneo, o que pode alterar a estética e até a sensibilidade da região.
Dermatologistas e ginecologistas alertam que o fenômeno não é apenas estético — pode afetar o conforto e a saúde sexual. A flacidez e a perda de volume podem provocar atrito, ressecamento e até pequenas fissuras, aumentando o risco de infecções e desconforto durante o contato íntimo.
Ainda não há estudos clínicos específicos sobre a chamada “vulva de Ozempic”, mas os relatos crescem diariamente nas redes. Médicos recomendam que o emagrecimento, mesmo com uso de medicamentos, seja acompanhado por profissionais, com atenção especial à reposição de nutrientes e à hidratação dos tecidos.
“O corpo não perde apenas gordura — perde sustentação, elasticidade e proteção. É preciso cuidado e acompanhamento médico para evitar danos colaterais que vão muito além da estética”, alertam especialistas.
De um lado, a conquista de um corpo marcado pela magreza e, por outro lado, uma nova face da cultura do emagrecimento rápido: os efeitos invisíveis — e pouco debatidos — que atingem diretamente a autoestima e a saúde das mulheres.
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