Órgãos de segurança confirmam realização do jogo no Maracanã nesta quarta; cidade retoma normalidade após ação policial histórica


Fluminense x Ceará no Maracanã – Foto: Reprodução
O Rio de Janeiro retornou ao estágio 1, de normalidade, depois do fim da operação contra a facção Comando Vermelho (CV), considerada a mais letal da história do estado. Apesar de o bairro do Maracanã estar distante do epicentro das ações, localizadas nos complexos do Alemão e da Penha, havia receio de reflexos na mobilidade e na segurança pública.
Coordenação entre clubes e autoridades
Durante a terça-feira, dirigentes de Fluminense e Ceará mantiveram contato constante com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e com órgãos de segurança locais para confirmar se a partida seria afetada. Segundo as autoridades, não havia motivos técnicos nem logísticos para o adiamento.
O Ceará, inclusive, emitiu uma nota oficial na noite de terça informando que havia recebido o “sinal verde” para viajar ao Rio. Já na manhã desta quarta, ambos os clubes voltaram a conversar com os responsáveis pela operação de segurança, que reafirmaram a manutenção da partida.
Esquema de segurança reforçado
O planejamento policial segue inalterado. A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) confirmou que o Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE) estará com seu contingente completo para garantir a segurança do evento. A operação no entorno do Maracanã contará ainda com o apoio de patrulhas de trânsito e monitoramento por câmeras.
De acordo com o governo estadual, a megaoperação encerrada na terça resultou em 64 mortes registradas inicialmente, incluindo quatro policiais. Porém, durante a madrugada, moradores do Complexo da Penha levaram ao menos 64 corpos adicionais para uma praça, elevando o número total de vítimas para 128, segundo o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira.
Reflexos da operação na cidade
A ação policial, que mobilizou mais de mil agentes e blindados, teve como objetivo desarticular a estrutura do Comando Vermelho, responsável por controlar áreas estratégicas da capital. Apesar do clima de tensão, o transporte público e os serviços essenciais foram restabelecidos durante a noite de terça-feira, o que contribuiu para a manutenção da programação esportiva.
O episódio, contudo, reacendeu o debate sobre a violência urbana e o impacto das operações em comunidades cariocas. Nas redes sociais, torcedores chegaram a pedir o adiamento do jogo, temendo deslocamentos perigosos, mas foram tranquilizados pelas autoridades.
Flu de olho no G-6
Dentro de campo, o Fluminense busca transformar o cenário tenso fora das quatro linhas em motivação. Após 18 rodadas e 109 dias, o clube pode voltar ao G-6 do Campeonato Brasileiro. Uma vitória sobre o Ceará recolocaria o Tricolor entre os seis primeiros colocados, posição perdida em 12 de julho, quando o Botafogo o ultrapassou na tabela.
O técnico Fernando Diniz deve contar com força máxima, enquanto o Ceará, embalado por bons resultados recentes, promete dificultar a vida dos cariocas no Maracanã. Mesmo após uma das operações mais trágicas da história do Rio, o futebol permanece como espaço de alívio e resistência para uma cidade que tenta, mais uma vez, retomar a normalidade.











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