O consumo exagerado de cafeína, álcool e refrigerantes aumenta as chances de desenvolver a condição.

A perda de urina ao tossir ou correr pode parecer normal para algumas pessoas. Mulheres em período mais avançado da gravidez ou idosos devem considerar isso parte do cotidiano, mas o médico urologista Diego Capibaribe* explicou que esse problema tem tratamento e pode ser controlado na maioria dos casos.
Para isso, é preciso entender a condição de cada paciente, considerando fatores como hábitos alimentares e o estilo de vida. Além disso, alguns fatores de risco podem intensificar o quadro, como o tabagismo e a obesidade.
Apesar disso, Capibaribe destaca que ser possível encontrar tratamentos. “Procurar um médico é o primeiro passo para recuperar o conforto, a autoconfiança e a qualidade de vida”, informou em entrevista ao Diário do Nordeste.

O que é incontinência urinária?
A incontinência urinária ocorre quando existe a perda involuntária de urina, explicou o médico Diego Capibaribe. Nesses casos, a pessoa perde o controle da bexiga e urina sem querer.
Apesar de muitas pessoas acreditarem ser uma consequência natural do envelhecimento, ele afirmou que essa condição é um problema médico que tem tratamento. Na maioria dos casos, é possível controlar.
Tipos de incontinência urinária
Existem três tipos principais de incontinência urinária, que são:
- Incontinência de esforço;
- Incontinência de urgência;
- Incontinência mista.
Incontinência de esforço
A incontinência de esforço ocorre quando a urina escapa durante um episódio de tosse, risada ou espirro. Também pode acontecer quando a pessoa faz algum tipo de esforço físico.
“Isso ocorre porque os músculos que sustentam a bexiga, o chamado assoalho pélvico, ficam enfraquecidos”, detalhou Capibaribe.
Incontinência de urgência
A incontinência de urgência ocorre quando a pessoa sente uma vontade súbita de urinar e não consegue chegar ao banheiro a tempo.
O médico explicou que está associada a um quadro conhecido como bexiga hiperativa.
Incontinência mista
Já a incontinência mista ocorre como uma mistura da incontinência de esforço e de urgência. Ela acomete principalmente as mulheres.

Causas e fatores de risco
As causas da incontinência urinária podem variar, mas estão relacionadas a fatores de risco, como:
- Partos vaginais;
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Constipação crônica;
- Cirurgias pélvicas.
Além disso, o envelhecimento também pode influenciar.
“A incontinência costuma estar relacionada a procedimentos na próstata. Doenças neurológicas e certos medicamentos também podem contribuir para o problema”.
Condições médicas associadas
Algumas condições médicas estão associadas a essa condição, como:
- Gravidez e parto;
- Menopausa;
- Doenças neurológicas (Parkinson, Esclerose Múltipla);
- Infecções urinárias.
“O diabetes, o AVC, o Parkinson, a esclerose múltipla e as lesões na medula espinhal são exemplos de doenças que podem afetar os nervos responsáveis pelo controle da bexiga. As infecções urinárias de repetição e o aumento benigno da próstata também podem causar ou agravar a perda de urina”, explicou Capibaribe.
Já as mulheres podem apresentar a incontinência urinária na gravidez, no parto e na menopausa. Durante a gestação, por exemplo, o peso do útero e as mudanças hormonais aumentam a pressão sobre a bexiga.
No caso do parto vaginal, algumas mães registram enfraquecimento dos músculos e nervos da região. Na menopausa, há uma queda do estrogênio, resultando no afinamento e enfraquecimento dos tecidos da bexiga e da uretra. Isso facilita os escapes urinários.
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Hábitos e estilo de vida
Alguns hábitos e estilos de vida também podem piorar o quadro, como obesidade, consumo excessivo de cafeína ou álcool, baixa hidratação e sedentarismo.
| Excesso de peso | Aumenta a pressão sobre a bexiga. |
| Beber pouca água | Concentra a urina e irrita o trato urinário. |
| Sedentarismo | Enfraquece a musculatura pélvica. |
| Consumo exagerado de cafeína, álcool e refrigerantes | Estimula a bexiga e aumenta a vontade de urinar. |
| Cigarro | Além de irritar a bexiga, provoca tosse crônica, o que favorece ainda mais as perdas urinárias. |
Diagnóstico da incontinência urinária
O diagnóstico é realizado após consulta médica, com realização de exames físicos detalhados.
“Em alguns casos, é importante realizar exames complementares, como análise de urina, ultrassonografia e o estudo urodinâmico, que mede o funcionamento da bexiga e do esfíncter para identificar com precisão o tipo e a causa da incontinência”, explicou Capibaribe.
Consulta médica e avaliação
A depender do paciente, o médico pode solicitar:
- Exame físico;
- Histórico médico detalhado;
- Testes de urina e urodinâmicos.

Prevenção e outros cuidados
Para prevenir, é preciso passar a nutrir alguns hábitos, como:
- Manter o peso adequado;
- Praticar exercícios físicos;
- Evitar o cigarro;
- Tratar a constipação;
- Fortalecer o assoalho pélvico com exercícios específicos.
Além disso, o médico destacou a importância de controlar doenças como diabetes e tentar não segurar a urina por longos períodos.
Como funciona o tratamento?
O tratamento é individualizado e depende da causa de cada paciente. Diego Capibaribe afirmou que o tratamento pode envolver fisioterapia pélvica, medicamentos ou, em alguns casos, cirurgias minimamente invasivas.
Nos casos mais complexos, talvez seja necessária a neuromodulação ou o uso de toxina botulínica na bexiga.
*Diego Capibaribe, médico urologista, especialista no tratamento de bexiga, próstata e rins. Ele é especializado em cirurgia robótica contra o câncer de próstata e liderou o treinamento da equipe do Instituto do Câncer do Ceará (ICC) para a realização de cirurgias robóticas.









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