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“Já vi muita coisa difícil, mas nada se compara a isso”, diz médica sobre corpos enfileirados no RJ

“Eu trabalho como médica há três anos, já vi muita coisa difícil, mas nada se compara a isso.” O relato é da médica Maria Sampaio, que se deslocou até o Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, para socorrer feridos, mas encontrou um cenário completamente diferente, resultado da operação policial mais letal da história do estado, com mais de 100 mortos.

Profissional de saúde descreve cenário de corpos em decomposição após ação com mais de 100 mortos no Rio de Janeiro.

Médica Maria Sampaio, que se deslocou até o Complexo da Penha, no Rio de Janeiro.  | Bruna Martins
Médica Maria Sampaio, que se deslocou até o Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. | Foto: Bruna Martins

“Eu trabalho como médica há três anos, já vi muita coisa difícil, mas nada se compara a isso.” O relato é da médica Maria Sampaio, que se deslocou até o Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, para socorrer feridos, mas encontrou um cenário completamente diferente, resultado da operação policial mais letal da história do estado, com mais de 100 mortos.

“Não tem nada para fazer aqui. Achei que iria encontrar pessoas feridas, precisando de atendimento médico, mas só há pessoas mortas, todas já em estado de decomposição”, 

-disse em entrevista ao jornal O Globo.

 

A médica foi até o local voluntariamente para prestar apoio e socorro e chegou por volta das 9h da manhã. Ao chegar, se deparou com uma fileira de corpos e relatou que chegou a ajudar na remoção de um deles.

“A gente subiu, consegui ajudar na remoção de um corpo, mas, com certeza, tem muito mais para chegar”, completou.

OPERAÇÃO “CONTENÇÃO”

A retirada dos corpos começou ainda durante a madrugada, feita pelos próprios moradores da região. Os mortos foram levados para uma praça na Penha e colocados em fileira. Na manhã desta quarta-feira (21), o governo do Rio de Janeiro confirmou 121 mortos. A operação teve como objetivo combater a expansão do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha.

A ação ocorreu nesta sexta-feira (28), e o balanço da policia eram de 64 mortos, mas o valor foi alterado para 58. Entre as vítimas estão os policiais Rodrigo Velloso Cabral, Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, Heber Carvalho de Fonseca e Cleiton Serafim Gonçalves. O governador Cláudio Castro classificou a ação como um “sucesso” e reconheceu apenas os quatro policiais como “vítimas”. A operação mobilizou cerca de 2.500 agentes de segurança.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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