Especialista explica como revisar as cinco competências avaliadas e alerta: “O Enem está cada vez mais atento às redações decoradas e repertórios genéricos”

Faltando poucos dias para o primeiro dia de provas do Enem, que acontece neste domingo, 9 de novembro, a redação continua sendo um dos maiores desafios para os candidatos. Segundo a professora de Redação do Colégio Guilherme Dumont Villares (GDV), Valéria Camargo, ainda há tempo para ajustar pontos essenciais.
“Uma sugestão, nesta reta final, é revisar o que cada competência avalia e praticar os pontos mais críticos”, orienta Valéria. Ela destaca que o Enem analisa cinco competências, e conhecer bem cada uma delas ajuda o aluno a evitar erros comuns e conquistar pontos preciosos.
- Competência 1 – Domínio da norma culta: pede atenção à concordância verbal e nominal, à regência e à escolha vocabular. “Evite termos genéricos como coisa, todo mundo e normal”, alerta.
- Competência 2 – Compreensão da proposta: a mais difícil de gabaritar, segundo a professora. “O Enem está de olho nas redações decoradas. Em 2023, muitos textos, inclusive alguns nota mil, começaram com a mesma citação de Utopia, de Thomas More. Isso acendeu o alerta.
- Competência 3 – Organização e defesa de argumentos: exige repertório produtivo e contextualizado. “Usar Vidas Secas, de Graciliano Ramos, que passou a ser muito citado, para qualquer tema não funciona. Da mesma forma, a frase “O homem é lobo do homem”, do filósofo Thomas Hobbes, que é uma recordista de citações. Já frases de Martin Luther King, Barack Obama ou Nelson Mandela podem enriquecer, desde que bem conectadas à tese.” Segundo ela, redações nota mil têm sempre citações, daí a importância de buscar um repertório legitimado.
- Competência 4 – Coesão: trata do uso dos conectivos e operadores argumentativos. “Textos nota mil costumam usar de sete a onze operadores, variando as expressões e ligando bem as ideias. Só cuidado para não repetir o mesmo conectivo e com o emprego correto de ‘onde’ e ‘cujo’, pedrinhas no sapato de muitos estudantes.”
- Competência 5 – Proposta de intervenção: avalia a capacidade de propor soluções viáveis e completas para o problema discutido. “Nunca use agentes genéricos como nós e busque detalhar a intervenção sugerida com informação adicional. O corretor quer ver o estudante pensando em soluções reais e responsáveis para o mundo.”
Além de revisar as competências, a professora destaca a importância de o aluno se manter atualizado. “Ler sobre o que está acontecendo no país e no mundo nesses dias que antecedem a prova, especialmente temas ligados à economia, meio ambiente, comportamento e políticas públicas, amplia o repertório e melhora o olhar crítico. É importante acompanhar notícias de diferentes regiões do Brasil, não apenas do próprio estado”, recomenda. “O aluno que entende as competências e lê o mundo à sua volta domina a prova”, resume Valéria.
(Com informações da CNN Brasil)











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