A família teria sido convidada se retirar do estabelecimento, segundo o relato do pai, mas o estabelecimento nega o fato.

O pai Marcus Sucupira denunciou o restaurante Picanha do Jonas, localizado no bairro Aldeota, em Fortaleza, por discriminação contra o filho autista, que foi impedido de ficar no parquinho com outras crianças, nessa quinta-feira (20). Conforme o relato nas redes sociais, o gerente teria comunicado que a família precisava se retirar do local caso a criança não tivesse quem a acompanhar dentro do playground. O fato foi negado pela gerência do estabelecimento.
Marcus disse ao Diário do Nordeste nesta sexta-feira (21) que fará um Boletim de Ocorrência (B.O) contra o estabelecimento.
“Nós já frequentamos o local dezenas de vezes, sempre sentamos na mesma mesa e arrisco até dizer que já conhecem a gente. Mas hoje, o Miguel, que sempre brincou tranquilamente no parquinho do local, estava incomodando as profissionais que trabalham lá… Estranho como eram as mesmas de sempre e nunca haviam falado nada antes”, escreveu o pai em publicação no Instagram.
Antonio Freires, gerente da unidade Aldeota do restaurante, negou ter expulsado a criança do parquinho, e disse à reportagem que o pai se recusou a entrar no clubinho com o filho e disse que preferia se retirar. Crianças com autismo devem estar obrigatoriamente acompanhadas pelos pais ou responsáveis no local, conforme regras do estabelecimento.
“Eu disse ao senhor: ‘não é isso que a gente quer! A gente não quer que a sua criança interrompa a brincadeira. A gente precisa apenas que o senhor acompanhe, que esteja lá presente, cuidando dela'”, relata o funcionário. Após a abordagem do gerente, o cliente pediu a conta e foi embora com o filho.
A gerência conta ainda que, no mesmo dia, familiares do pai voltaram ao local e o acusaram de expulsar o garoto.
Marcus, que fez a denúncia, disse que é ciente das sinalizações, e compartilhou que estava sentado em uma mesa a poucos metros do playground, observando o filho, como já havia ocorrido em diversas outras vezes nas quais ele frequentou o local. “Estava a dois metros dele. Quem tem filho assim não tira o olho”, disse.
Veja o relato do pai:
Estabelecimento emite nota e nega discriminação
Nesta sexta, em nota de esclarecimento, o Picanha do Jonas se pronunciou sobre informações “relacionadas a uma publicação feita por um cliente envolvendo a credibilidade de nossa área infantil”.
No texto, é destacado que no restaurante há sinalizações que apontam “a necessidade da permanência de um responsável no local durante todo o uso do playground, como medida de cuidado, segurança e acompanhamento adequado”.
Veja também
Leia nota de esclarecimento do restaurante:
“O Picanha do Jonas vem a público esclarecer informações relacionadas a uma publicação feita por um cliente envolvendo a credibilidade de nossa área infantil. Antes de tudo, reafirmamos nosso compromisso com o respeito, a inclusão e o acolhimento de todas as famílias que nos visitam. Temos profundo zelo por cada cliente e repudiamos veementemente qualquer forma de discriminação.
Sobre o caso mencionado, esclarecemos que:
- O playground do Picanha do Jonas possui sinalização clara e visível, orientando sobre as regras de convivência e uso do espaço, sempre com foco na segurança e no bem-estar das crianças.
- Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm acesso cortesia ao playground, como forma de incentivo à inclusão, prática adotada pela casa e amplamente comunicada aos nossos clientes. As sinalizações destacam, de forma explícita, a necessidade da permanência de um responsável no local durante todo o uso do playground, como medida de cuidado, segurança e acompanhamento adequado.
Reforçamos que seguimos rigorosamente nossos processos internos, somos avaliados pelos principais órgãos de qualidade e investimos continuamente em treinamento de nossa equipe. Mantemos também uma postura permanente de diálogo aberto, respeito e atenção às necessidades de todas as famílias. Agradecemos a confiança dos clientes que, há 25 anos, fazem parte da nossa história e do nosso dia a dia”.













Adcionar comentário