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CE reduz atraso escolar no Ensino Médio e Superior, mas Fundamental tem aumento

Entre 2016 e 2024, o Ceará demonstrou avanços na quantidade de jovens que estavam na série adequada no Ensino Médio e no Ensino Superior. Por outro lado, o Ensino Fundamental teve recuo na mesma taxa, indicando maior atraso escolar entre crianças.

IBGE analisa quantidade de alunos que frequenta escola, mas está fora da etapa adequada.

Escrito por
Nícolas Paulinonicolas.paulino@svm.com.br

Jovem sentada em carteira escolar com uma mochila colorida ao lado, focado na leitura de material impresso durante a aula.
Legenda: Escolarização de jovens no Ensino Médio do Ceará cresceu, ainda que parte deles não esteja na série correta para a idade.
Foto: Fabiane de Paula.

Entre 2016 e 2024, o Ceará demonstrou avanços na quantidade de jovens que estavam na série adequada no Ensino Médio e no Ensino Superior. Por outro lado, o Ensino Fundamental teve recuo na mesma taxa, indicando maior atraso escolar entre crianças.

A análise é da Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2025, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (3).

As taxas de frequência escolar podem ser analisadas de duas formas. A “bruta” é a proporção entre a quantidade de crianças e adolescentes que há no Estado e quantos deles frequentam a escola. Em resumo, pode ser entendida como uma taxa de matrículas.

 

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Ao se analisar os grupos etários no Ceará, percebe-se um movimento de quase universalização nas idades obrigatórias e uma inclusão maior nos extremos:

  • Primeira Infância (0 a 3 anos): a inclusão na creche subiu de 33,7% em 2016 para 39,4% em 2024
  • Infância (6 a 14 anos): a taxa já era alta em 2016 (98,7%), mas se aproximou da universalização em 2024 (99,5%). Dentro deste grupo, crianças de 6 a 10 anos passaram de 99,3% para 99,7%, e de 11 a 14 anos subiram de 97,9% para 99,2%;
  • Adolescência (15 a 17 anos): a taxa bruta disparou de 82,2% em 2016 para 93,7% em 2024.

 

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O IBGE aponta que todas as Grandes Regiões do País avançaram na Meta 1 do Plano Nacional de Educação (PNE) – universalizar a educação infantil entre as crianças de 4 a 5 anos e garantir ao menos 50% de cobertura para aquelas com até 3 anos de idade -, mas não a atingiram.

 

No Brasil, a matrícula na educação básica é obrigatória a partir dos 4 anos de idade, e as evidências apontam que a frequência escolar precoce pode afetar positivamente a trajetória dos indivíduos até a idade adulta.
IBGE

Síntese de Indicadores Sociais 2025

 

Aprendizado na idade certa

Por outro lado, a taxa de frequência escolar líquida medida pelo IBGE é a relação entre o total de pessoas em uma determinada faixa etária e quantas delas estão matriculadas no nível de ensino adequado à idade. Ela se assemelha à distorção idade-série, indicador calculado com dados do Censo Escolar.

No Ceará, para a faixa etária de 15 a 17 anos matriculada no Ensino Médio, que seria o nível adequado à idade, a taxa de frequência líquida subiu de 67,5% em 2016 para 83,5% em 2024, um aumento de 16 pontos percentuais.

 

Já o acesso ao Ensino Superior para o grupo de 18 a 24 anos também cresceu consideravelmente, saindo de 16,8% em 2016 para 23,2%, oito anos depois.

 

Em contraste com os avanços no ensino secundário e superior, a taxa de frequência líquida das pessoas de 6 a 14 anos no Ensino Fundamental registrou uma redução, passando de 96,7% em 2016 para 93,4% em 2024. Assim, houve queda na quantidade de crianças na série correta.

Segundo o IBGE, uma possível explicação para esse fenômeno seria um retardo na entrada das crianças na pré-escola, etapa obrigatória da Educação Infantil, ainda no período da pandemia da Covid-19, repercutindo no ingresso com atraso no ensino fundamental.

Consequências na idade adulta

Mesmo com os avanços na frequência escolar, o Ceará ainda enfrenta desafios relacionados ao nível de instrução da população adulta. Em 2024, 11,6% das pessoas de 25 anos ou mais no Estado ainda não possuíam instrução.

Além disso, a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais no Ceará, embora tenha caído de 14,4% em 2016 para 11,8% em 2024, o quarto maior índice do Brasil.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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