Maioria das separações no Estado foi consensual.

O Ceará registrou crescimento no número de divórcios concedidos em primeira instância entre 2023 e 2024, atingindo uma alta de quase 10%, de acordo com as Estatísticas do Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas nesta quarta-feira (10). Em contrapartida, o aumento de casamentos ficou abaixo de 1%.
O Estado observou um aumento importante nos processos de dissolução conjugal. Em 2023, o estado contabilizou 10.943 divórcios concedidos, número que saltou para 12.015 em 2024. O crescimento representa uma variação de 9,80%.
Já o total de casamentos cresceu de 35.214 em 2023 para 35.422 em 2024. Este aumento de apenas 0,60% (pouco mais de 200 uniões) demonstra uma estabilidade nos matrimônios.
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Diferenças entre regiões do Estado
Ainda segundo os dados, o incremento dos divórcios esteve concentrado na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Eles tiveram alta expressiva, passando de 5.863 em 2023 para 6.809 em 2024, indicando um aumento de 16,14%.
Na mesma área, os casamentos subiram de 18.836 em 2023 para 19.302 em 2024, um crescimento de cerca de 2,47%.
A capital, Fortaleza, registrou uma leve queda no número de casamentos, caindo de 12.170 em 2023 para 12.027 em 2024. A cidade acompanhou a tendência de alta nos divórcios, que passaram de 4.564 para 4.961 no mesmo período, um aumento de 8,70%.
Norte e Sul do Ceará também apresentaram variações:
- A RM do Cariri registrou 2.186 casamentos em 2023 e 2.135 em 2024. Os divórcios foram de 818 em 2023 para 867 em 2024.
- A RM de Sobral teve 1.843 casamentos em 2023 e 1.610 em 2024, e 575 divórcios em 2023 contra 513 em 2024.

Tipos de divórcio
Ao analisar a natureza dos processos de divórcio concedidos em primeira instância no Ceará, em 2024, a modalidade consensual foi majoritária. Dos 12.015 divórcios no estado:
- 8.760 foram de natureza consensual (73%)
- 3.249 foram de natureza não-consensual (27%)
Dentro dos não-consensuais, a iniciativa partiu mais frequentemente da mulher (2.039) do que do marido (1.210). Além disso, a comunhão parcial de bens foi o regime de casamento mais comum entre os casais que se divorciaram, totalizando 10.544 casos em 2023 e 11.601 em 2024.
Comparativo regional e nacional
Em 2024, o Brasil totalizou 948.925 casamentos registrados e 350.407 divórcios concedidos. Nesse cenário, o Ceará se posicionou como o terceiro estado mais relevante da Região Nordeste em ambas as estatísticas.
Total de casamentos
- Bahia 55.603
- Pernambuco 39.316
- Ceará 35.422
- Maranhão 22.471
- Paraíba 18.472
- Alagoas 13.700
- Rio Grande do Norte 12.724
- Piauí 8.683
- Sergipe 6.792
Total de divórcios
- Bahia 24.402
- Pernambuco 14.374
- Ceará 12.015
- Maranhão 8.975
- Alagoas 5.875
- Paraíba 5.741
- Rio Grande do Norte 4.099
- Piauí 2.567
- Sergipe 2.378
Variações no país
Entre 2023 e 2024, o Brasil apresentou tendências opostas no volume total de casamentos e divórcios. O número de matrimônios oficiais cresceu, passando de 940.799 em 2023 para 948.925 em 2024. O aumento foi de aproximadamente 0,86% no período.
Em contrapartida, os divórcios concedidos em primeira instância registaram queda. O país contabilizou 360.787 divórcios em 2023, mas o número diminuiu para 350.407 em 2024 – cerca de 2,88% a menos.
Em uma perspectiva nacional, os estados do Sudeste dominam o volume total de registros. São Paulo lidera o país em ambas as categorias, com 239.050 casamentos e 103.767 divórcios, em 2024.
Um destaque envolve o Pará, que registrou o maior aumento percentual em divórcios – 95% quase o dobro -, passando de 3.011 em 2023 para 5.872 em 2024.
Tocantins e Paraíba, por outro lado, tiveram os maiores aumentos percentuais nos casamentos, com 17,19% e 16,13%, respectivamente. Mato Grosso e Roraima também registraram as maiores quedas no número de divórcios, com -53,07% e -70,91%, respectivamente.
O IBGE aponta que, embora tenha ocorrido aumento, o número de casamentos registrados em 2024 não alcançou a média observada no período de 2015 a 2019, anterior à pandemia da Covid-19.













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