Um estudo publicado no fim de novembro na revista BMJ Mental Health revelou que o consumo de café pode estar associado ao retardamento do envelhecimento celular. De acordo com a pesquisa, pessoas que consomem a bebida apresentaram telômeros mais longos, o que representa, em média, até cinco anos biológicos extras em comparação com quem não bebe café.

Já são conhecidos diversos benefícios do consumo moderado de café para a saúde, como melhora da concentração, do desempenho físico e ação anti-inflamatória, graças à presença de compostos antioxidantes. O novo estudo amplia esse conhecimento ao indicar que beber entre três e quatro xícaras por dia pode contribuir para um envelhecimento biológico mais lento, especialmente em pessoas com transtornos mentais graves.

O papel dos telômeros no envelhecimento

Os pesquisadores buscaram entender se o café poderia influenciar a velocidade de encurtamento dos telômeros, estruturas celulares associadas ao envelhecimento. Embora o estudo seja observacional, os autores afirmam que há explicações biológicas plausíveis para os resultados, como a ação antioxidante e anti-inflamatória dos compostos presentes na bebida.

Os dados mostraram que participantes que consumiam café dentro do limite recomendado apresentaram telômeros mais longos, o que equivale a cerca de cinco anos biológicos a mais em relação aos que não consumiam a bebida. Esse efeito reforça a hipótese de que o consumo moderado pode trazer impactos positivos à saúde celular.

Por outro lado, o estudo também identificou um alerta importante. Pessoas que consumiam cinco ou mais xícaras de café por dia apresentaram idade biológica mais avançada do que aquelas que bebiam pouco ou nenhum café. Além disso, indivíduos com esquizofrenia relataram consumo significativamente maior da bebida em comparação com pessoas com transtornos afetivos, indicando que a quantidade ingerida faz diferença nos efeitos observados.