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Páscoa vai injetar mais de R$ 82 milhões na economia do Ceará

Para Lucas Sales, contador e sócio da HS Contabilidade Empresarial, a projeção desse montante representa estímulo significativo para o varejo local. “Reflete o aumento do consumo impulsionado por fatores sazonais, como o turismo religioso, as reuniões familiares e a demanda por produtos alimentícios típicos da data.

Apesar do cenário econômico desafiador, a Páscoa de 2025 deverá movimentar cerca de R$ 82,6 milhões no varejo cearense, segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A data, tradicionalmente marcada por aumento nas vendas de chocolates, pescados e azeites, segue como uma das mais relevantes do calendário comercial, mesmo com o consumo impactado pela inflação e instabilidades no câmbio.

Para Lucas Sales, contador e sócio da HS Contabilidade Empresarial, a projeção desse montante representa estímulo significativo para o varejo local. “Reflete o aumento do consumo impulsionado por fatores sazonais, como o turismo religioso, as reuniões familiares e a demanda por produtos alimentícios típicos da data. Esse incremento temporário na receita pode melhorar o fluxo de caixa dos estabelecimentos, reduzir a ociosidade de estoques e gerar maior arrecadação tributária para o Estado”.
Em nível nacional, a expectativa é de que as vendas totalizem R$ 3,36 bilhões, um recuo de 1,4% frente ao ano passado, já descontada a inflação. Entre os estados, São Paulo lidera com larga vantagem (R$ 923,29 milhões), seguido por Minas Gerais (R$ 344,06 milhões), Rio de Janeiro (R$ 237,52 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 194,93 milhões), que juntos concentram mais da metade de toda a receita esperada no país. Em contrapartida, a Bahia e o próprio Rio Grande do Sul devem amargar as maiores quedas percentuais nas vendas, com retrações de 6,2% e 4,9%, respectivamente.

Pressão inflacionária
A principal explicação para o desempenho mais tímido da Páscoa em 2025 está na forte elevação dos preços dos produtos típicos da celebração. O chocolate, símbolo máximo da data, deve registrar aumento médio de 18,9%, o maior reajuste dos últimos 13 anos. Essa alta está diretamente ligada à valorização do cacau no mercado internacional e à desvalorização do real frente ao dólar, cuja cotação saltou de R$ 5 para R$ 5,80 em apenas um ano.

“O momento atual da economia brasileira é marcado por pressões inflacionárias vindas do mercado internacional e pela volatilidade cambial. O varejo sente os efeitos de um cenário macroeconômico incerto, o que resulta na desaceleração do consumo em datas importantes como a Páscoa. Isso força o setor a rever suas estratégias e planos em curto, médio e longo prazo”, destaca José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

A cesta de bens e serviços relacionados à Páscoa, composta por oito produtos, deve ter aumento médio de 7,4% em comparação a 2024. Além do chocolate, pesam no bolso do consumidor o bacalhau, com reajuste de 9,6%, e o azeite de oliva, com alta de 9,0% — dois ingredientes que compõem o tradicional almoço pascal de muitas famílias brasileiras.

Importações
Outro sinal de desaquecimento vem do comércio exterior. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, a importação de chocolates recuou 17,6% em março, enquanto o volume de bacalhau importado caiu 11,7%. Os dados refletem não apenas a pressão cambial, mas também uma menor disposição das empresas em investir em estoques diante da demanda mais retraída.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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