
Cinco dias antes do início do conclave, os bombeiros instalaram, nesta sexta-feira (2), chaminé no topo da Capela Sistina de onde sairá a tradicional fumaça branca que anunciará ao mundo a eleição de um novo papa.
A Capela Sistina, localizada no Palácio Apostólico do Vaticano e famosa pelos afrescos de Michelangelo, será palco do conclave que reunirá 133 cardeais católicos para escolher o sucessor do Papa Francisco, falecido em 21 de abril. A eleição é feita a portas fechadas, conforme o ritual centenário da Igreja Católica.
Durante o conclave, as cédulas de votação serão queimadas em um fogão especial. A fumaça preta indicará que nenhum candidato alcançou a maioria necessária, enquanto a fumaça branca será o sinal de que o novo pontífice foi escolhido. A chaminé, discreta e metálica, já está pronta para cumprir esse papel simbólico.
FUMAÇA BRANCA OU PRETA
Até 2005, a cor da fumaça era obtida com a queima de palha e piche. Porém, após confusões com fumaça acinzentada, o Vaticano adotou um sistema químico.
Na última eleição papal, em 2013, foram usadas substâncias específicas: para a fumaça preta, perclorato de potássio, antraceno e enxofre; para a branca, clorato de potássio, lactose e colofônia. Dois fogões operam em conjunto, um para queimar as cédulas e outro para liberar os produtos químicos, com a fumaça saindo por uma única chaminé.
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DETALHES DO CONCLAVE
Desde a morte de Francisco, cardeais de todas as partes do mundo foram convocados a Roma. Apenas aqueles com menos de 80 anos têm direito a voto, mas os demais também participam de reuniões preparatórias para debater os desafios da Igreja, que hoje conta com cerca de 1,4 bilhão de fiéis.
Entre os nomes mais citados como possíveis sucessores de Francisco estão o cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas), o italiano Pietro Parolin — ex-secretário de Estado do Vaticano — e o ganês Peter Turkson. No entanto, um velho ditado romano alerta: “Quem entra no conclave como papa, sai como cardeal”, sugerindo que os favoritos nem sempre são os escolhidos.
O conclave começará na próxima quarta-feira, 7 de maio, às 16h30 (horário local). No primeiro dia, os cardeais farão juramento de sigilo absoluto, cuja violação pode resultar em excomunhão. Em seguida, haverá uma única votação.
Para ser eleito, o novo papa precisa de dois terços dos votos — o equivalente a 89, dos 133 cardeais votantes. Tecnicamente, qualquer homem batizado pode ser escolhido, mas, na prática, a escolha sempre recai sobre um cardeal.
Nos dias seguintes, as votações acontecerão em dois blocos: duas sessões pela manhã e duas à tarde. A fumaça será liberada após a segunda votação de cada turno — branca, se houver um eleito; preta, se não houver.
Ainda não foram divulgados os detalhes do procedimento técnico para o conclave deste ano.
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