A afirmação foi feita após a confirmação de seis casos de intoxicação no estado paulista, incluindo três mortes

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou que bebidas alcoólicas contaminadas com metanol, inicialmente identificadas em São Paulo, podem ter sido distribuídas em outros estados brasileiros. A afirmação foi feita após a confirmação de seis casos de intoxicação no estado paulista, incluindo três mortes. A gravidade da situação levou o governo federal a ativar um sistema de alerta rápido para monitorar intoxicações por causas desconhecidas.
Segundo o ministro, o padrão das intoxicações chamou atenção por fugir do perfil habitual. Antes, os casos estavam mais associados a populações em situação de vulnerabilidade. Agora, os registros envolvem diferentes contextos sociais, inclusive estabelecimentos considerados de alto padrão, com bebidas como gin, whisky e vodka. Essa mudança no perfil dos consumidores afetados reforça a preocupação das autoridades com a amplitude da distribuição dos produtos contaminados.
A Polícia Federal já iniciou uma investigação para rastrear a origem das bebidas e identificar os responsáveis pela distribuição. Paralelamente, a Secretaria Nacional do Consumidor emitiu uma nota técnica orientando estabelecimentos comerciais a redobrarem a atenção quanto à procedência dos produtos alcoólicos oferecidos aos clientes. O Ministério da Saúde também estabeleceu protocolos para identificação e atendimento de casos suspeitos, com orientações específicas para profissionais da área.
Os sintomas da intoxicação por metanol costumam surgir entre 6 e 24 horas após a ingestão. Entre os sinais mais comuns estão dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dor abdominal e tontura — sintomas que podem ser confundidos com os de uma embriaguez comum. No entanto, alterações visuais como visão turva, pontos cegos ou perda súbita da visão são indicativos mais graves e característicos. Em casos avançados, a intoxicação pode levar à confusão mental, convulsões, coma e até falência múltipla dos órgãos.
O metanol, ao ser metabolizado pelo organismo, gera substâncias altamente tóxicas que afetam o fígado, o sistema nervoso central, os rins e o nervo óptico. Por isso, o consumo de bebidas adulteradas com essa substância representa um risco elevado à saúde pública. As autoridades reforçam o alerta à população para evitar produtos clandestinos ou sem procedência confiável, enquanto as investigações seguem em curso para conter a disseminação e responsabilizar os envolvidos.











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