
Especialistas alertam sobre a gravidade e os riscos à saúde em casos de intoxicação por bebida “batizada” com metanol. A orientação é buscar atendimento médico imediato, pois a substância é altamente tóxica e pode levar à cegueira e até à morte.

O presidente do Conselho Federal de Medicina, José Hiran Gallo, explica que o metanol é um álcool simples, inflamável, com cheiro semelhante ao álcool etílico, e, por isso, é difícil de ser identificado. Segundo ele, as reações no corpo aparecem entre 6 e 14 horas após a ingestão.
“Isso é muito preocupante, porque é uma substância altamente venenosa, que é usado para fazer tinta, solvente e a pessoa ingerir isso poderá ter cegueira permanente, porque ele atrofia o o nervo óptico. E quando começa a surgir essa sintomatologia, de imediato, procurar uma emergência médica”, diz.
O presidente do CFM, José Hiran Gallo, destaca outros sintomas.
“Vista turva, náuseas, vômito e a cegueira, este é mais preocupante. Pode ter até crise convulsiva. É um veneno que ele se metaboliza no fígado, causando a devastação no organismo. A pessoa quando detectar essa dor de cabeça intensa, algo está acontecendo”, aponta.
José Hiran alerta que o fomepizol seria o antídoto mais eficaz contra intoxicações por metanol, mas o produto não é fabricado no Brasil.
“Tem um antídoto dele, mas lamentavelmente o Brasil não produz, tem que importar esse antídoto que é o Fomepizol, é o antídoto que vai combater o metanol. Esse envenenamento pelo metanol é gravíssimo. As autoridades do nosso país tem que se manifestar, tem que tentar descobrir essas pessoas que estão sendo nocivas à população brasileira. Você sai para se divertir e se depara com envenenamento”, fala.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o governo deve analisar, ainda nesta quarta-feira, a possibilidade de adquirir o fomepizol. Em entrevista à Rádio CBN, Padilha explicou que o etanol farmacêutico, produzido por laboratórios e farmácias de manipulação, é eficaz e está disponível no Brasil.
Já o fomepizol, por não ter registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não possui oferta regular e precisa ser importado. O ministro também disse que pode ser criada uma reserva estratégica em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para garantir o acesso ao medicamento.











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