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Mudança no WhatsApp Business eleva custos e preocupa empreendedores cearenses

O novo mecanismo de cobrança estabelecido pelo Whatsapp Business prevê uma tarifa de R$ 0,33 por mensagem entregue em lista de transmissão. Mensalmente, a taxa passará a ser cobrada após os primeiros 250 envios, que continuam gratuitos.

A plataforma passou a cobrar uma taxa de R$ 0,33 por mensagem

Escrito por
Milenna Murta*milenna.murta@svm.com.br
18 de Outubro de 2025 – 08:00

Smartphone com aplicativo WhatsApp Business ligado em cima de um teclado de computador.
Legenda: As empresas precisarão ser mais criteriosas ao encaminhar as mensagens.
Foto: bangoland/Shutterstock.

O novo mecanismo de cobrança estabelecido pelo Whatsapp Business prevê uma tarifa de R$ 0,33 por mensagem entregue em lista de transmissão. Mensalmente, a taxa passará a ser cobrada após os primeiros 250 envios, que continuam gratuitos.

A atualização começou a ser implementada nos dispositivos ao longo do mês de outubro, surpreendendo empresas e pequenos empreendedores, que agora podem enfrentar aumento nos custos de divulgação de seus produtos.

 

A mudança de formato passa a afetá-los, em especial no setor de vendas, onde funcionários fazem uso da ferramenta para divulgar informações, novidades e promoções.

 

Luiza Veríssimo trabalha como coordenadora de marketing de uma marca de moda feminina, na qual a lista de transmissão é um dos canais que faz a ponte entre o vendedor e o consumidor, sendo responsável por quase 100% das vendas.

 

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Ela conta que cada vendedora possui cerca de 150 a 200 clientes por lista e que, com a nova tarifa de R$ 0,33 por mensagem entregue, a empresa precisaria desembolsar entre R$ 742,50 e R$ 990 diários apenas para divulgar 15 imagens de produtos da loja.

 

Considerando o limite máximo de 200 clientes, a conta é a seguinte: 15 imagens enviadas para 200 clientes resultam em 3 mil mensagens diárias. Multiplicando pelo custo de R$ 0,33 por mensagem, o valor total chega a R$ 990 por dia.

 

“A lista de transmissão era fundamental para o nosso formato de venda, que é o atacado, porque era a forma mais prática da vendedora enviar uma novidade para os 200 clientes ao mesmo tempo”, declarou Luiza.

Repasse do custo 

A empresária Maiara Marques é dona de um mercadinho no Eusébio, na Grande Fortaleza. Desde o início do negócio, em 2021, o WhatsApp Business tem sido uma ferramenta indispensável para o trabalho.

A notícia da cobrança das mensagens em lista de transmissão causou estranheza na comerciante, que agora tenta recalcular a rota em busca de driblar os desafios, mas não está descarta ter que repassar aos consumidores o custo pelas mensagens enviadas nas listas.

 

“Vou ter que procurar outra forma de me comunicar com as pessoas, algum outro aplicativo, ou vou ter que mandar menos mensagens, ou vou ter que colocar esse custo para os consumidores”, relata.

 

“Uso muito as listas de transmissão para quando chegam novidades, quando tenho um aviso, quando vou me ausentar. Trabalho sozinha no comércio, e essa é a minha comunicação com os clientes. Acaba que vai ter algum impacto. Vi que é barato o custo, mas como uso com frequência, acaba dando um impacto no final”, completa.

Novas estratégias

O economista Érico Veras Marques explica que as empresas precisarão ser mais criteriosas no momento de selecionar quais mensagens devem ser encaminhadas, enfatizando que o pequeno empreendedor, por já possuir um recurso menor, sentirá um impacto maior.

“O que acontecia? Como era gratuito, então não tinha problema, mandava várias imagens para um número maior de pessoas. O que o WhatsApp [Business] está dizendo? Vamos ser mais criteriosos. […] Por que ele [WhatsApp Business] deixou uma época gratuita? Para você se acostumar a ver o resultado. Depois disso, você começa a querer pagar. Eu lhe dei a prova para você sentir o gosto e agora você tem que pagar”, observa.

 

Ele explica que esse novo custo pode ser o momento para que empresas comecem a investir na própria plataforma ou em um serviço terceirizado, já que o gasto mensal, dependendo do negócio, pode compensar mais se investido em outros meios de comunicação entre empresa e consumidor.

 

No caso de Luiza, a decisão temporária está sendo migrar para a plataforma normal do WhatsApp e fazer uso da ferramenta “Comunidades”. Ao invés de transmitir mensagens individualmente, os clientes são inseridos em grupos onde apenas as vendedoras conseguem utilizar a função de envio, continuando a divulgar os produtos.

Entretanto, o processo de adaptação com o novo formato ainda é novo. A lista de transmissão permitia botões de comando de compra, diferente das comunidades, que são apenas grupos gerais organizados para melhor fluxo de conversas.

Ela relata que está auxiliando as clientes na nova estratégia, já que é preciso entrar em contato com a vendedora para conseguir finalizar a compra. Essa foi a alternativa encontrada para manter as vendas: “não queremos nem mesmo transferir esse custo para o cliente, nem arcar com tamanho custo”.

*Estagiária sob supervisão do jornalista Hugo Nascimento.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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