Lista inclui livros de crônicas, poesias e romances.

“Se você apenas lê os livros que todo mundo está lendo, só pode pensar o que todo mundo está pensando”. Foi o que escreveu o escritor japonês Haruki Murakami na obra “Norwegian Wood”. Nesta quarta-feira (29), data para celebrar o Dia Nacional do Livro, o Diário do Nordeste organizou uma lista com 7 obras que ajudam a ampliar visões de mundo.
Uma leitura pode criar do senso de pertencimento, mostrar outras realidades, estimular a empatia e até abrir margens para epifanias. Em alguns livros, o leitor descobre não ser o único a sentir determinada emoção, enquanto com outras obras, analisa momentos históricos com uma percepção mais profunda e plural.
Com crônicas, romances e poemas, a lista busca apresentar livros para contemplar diferentes gostos.
Veja também
7 obras para o Dia Nacional do Livro
1. Poesia de Retalho, de Kieza Fran

O livro “Poesia de Retalho” surge a partir de um olhar de quem aprendeu a fazer poesia em slams e saraus. A escritora e poeta cearense Kieza Fran, com vasta experiência em eventos de arte e cultura, aborda o gesto da costura em sua poesia.
Natural de Sobral, sua obra reflete diretamente seu lugar no mundo. Idealizadora do Produção de Perifa, não deixa de abordar as periferias e as cenas marginais do Ceará, focando na inclusão e no fortalecimento daqueles que caminham ao seu lado. A obra foi publicada pela editora Substânsia.
2. Animais Tropicais, de Javier A. Contreras

Para Javier A. Contreras, a identidade brasileira é um campo de batalha de diversos estudos sociológicos. Com seu livro “Animais tropicais”, publicado pela Companhia das Letras, o escritor acrescenta mais uma camada a esse campo.
Ao abordar a beleza da Terra Luminosa, um microcosmo de um Brasil ainda arcaico, dois jornalistas viajam até uma comunidade isolada para investigar o desaparecimento de um colega.
Presos no local após um acidente, eles se deparam com a história da família Salvador, marcada por violência em um ambiente rural. Com temas como autoritarismo, desigualdade e disputas sociais, a narrativa mistura gêneros, como o thriller e o folk horror.
3. Um milhão de ruas, de Fabrício Corsaletti

As cidades são mundos inteiros. Ricas em causos, histórias, vidas. É a partir de seu olhar do cotidiano que o escritor Fabrício Corsaletti costurou a obra “Um milhão de ruas: crônicas 2010-2025”. O livro, publicado pela Editora 34, reúne cerca de 190 textos escritos ao longo de 15 anos.
Entre crônicas e poemas, as cenas urbanas ganham destaque na escrita. Os leitores se deparam com um autor capaz de misturar humor e sagacidade em sua escrita. As crônicas exploram a vida contemporânea, com reflexões sobre os modos de apreender e experimentar o mundo.
4. Ressuscitar mamutes, de Silvana Tavano

O livro “Ressuscitar mamutes”, finalista do prêmio São Paulo 2025, é um trabalho que une memória, ensaio e ficção. Costura letras, fósseis e restos para abordar o afeto de uma filha por uma mãe que já morreu.
A escrita de Silvana Tavano é marcada por ternuras e melancolias. Em uma escrita também atravessada pelo luto, repassa uma história familiar cheia de conflitos e sonhos. O vínculo entre gerações acaba ganhando espaço ao longo dos capítulos. A obra foi publicada pela Autêntica Contemporânea.
5. O Rio de Clarice, de Teresa Montero

Em “O Rio de Clarice: Passeio afetivo pela cidade”, lançado pela editora Autêntica,Teresa Montero apresenta um guia literário com os lugares frequentados pela escritora Clarice Lispector no Rio de Janeiro.
Ao todo, o leitor ganha acesso a nove roteiros que passam por bairros como Tijuca, Botafogo, Cosme Velho, Jardim Botânico, Leblon, Ipanema e Leme. Com fotos, mapas e trechos da própria Clarice, o livro mistura informações biográfica e memória afetiva. Para os amantes da escritora, é uma aposta certeira.
6. O jardim das oliveiras, de Adélia Prado

Após mais de dez anos sem lançar um livro inédito, Adélia Prado retornou com “O jardim das oliveiras”. A obra, lançada pela Record, é uma coletânea de 105 poemas atravessados por temas como lucidez, fé, amor e mistério.
Adélia, prestes a completar 90 anos, reflete sobre o papel da poesia e o sentido da vida. Com maturidade e o mesmo cuidado na escolha de palavras, compartilha com o mundo poemas que conseguem misturar o sagrado e o cotidiano. Uma forma de síntese do muito que já publicou.
7. Em água viva, de Bruna Sonast

O livro “Em água viva”, de Bruna Sonast, propõe uma reflexão sobre como somos afetados pelo mundo em tempos de escassez e excesso. Os poemas convidam o leitor a mergulhar nas palavras, assim como ficar atento às memórias e as narrativas.
Publicada pela editora Substânsia, a obra apresenta imagens políticas e sociais, apresentando modos de ter uma relação mais consciente com o mundo que rodeia o leitor. É uma escuta atenta à delicadeza em meio ao caos da vida contemporânea.













Adcionar comentário