Com a chegada do Novembro Azul, campanha dedicada à saúde do homem e à prevenção do câncer de próstata, os números voltam a acender um sinal de alerta. A doença continua entre as principais causas de morte por neoplasias em homens no Brasil e tem exercido pressão crescente sobre o sistema de saúde, tanto público quanto privado.
De acordo com dados do Observatório de Oncologia, apenas no Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento do câncer de próstata representou uma parcela significativa dos R$ 3,9 bilhões gastos em 2022 com terapias oncológicas. Desse total, 77% dos custos (cerca de R$ 3 bilhões) foram destinados a procedimentos ambulatoriais, como quimioterapia e hormonioterapia. Já internações e cirurgias responderam por 23%, o equivalente a R$ 900 milhões.
O levantamento revela ainda uma queda de 52% no número de procedimentos ambulatoriais realizados entre 2019 e 2022 — passando de 8,1 milhões para 3,9 milhões —, mas com aumento expressivo do custo médio por tratamento, que subiu 149%, de R$ 305,15 para R$ 758,93. Em comparação com 2018, quando o valor era de R$ 151,33, o crescimento ultrapassa 400%.
No caso específico do câncer de próstata, o custo médio da quimioterapia aumentou 45%, variando de R$ 326,58 nos estágios iniciais para R$ 474,02 em casos avançados. O custo hospitalar médio das internações também subiu, impulsionado por cirurgias e tratamentos intensivos, chegando a R$ 3.423 em 2022. Apenas entre janeiro e julho de 2023, o Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) registrou 21.803 internações por câncer de próstata.
Na rede privada, o cenário é igualmente preocupante. Segundo estudo da Sandbox Data For Health, o custo médio por paciente saltou de R$ 7,5 mil em 2021 para R$ 22 mil em 2024, um aumento de 195%. O tempo médio de permanência hospitalar cresceu de três para dez dias, e nas UTIs, de dez para 16 dias, ampliando ainda mais as despesas.
Enquanto os números expõem o peso econômico e social da doença, o Novembro Azul chega como um convite à conscientização: cuidar da saúde, fazer exames preventivos e buscar diagnóstico precoce são as principais armas para reduzir o impacto do câncer de próstata, salvar vidas e aliviar o sistema de saúde.
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