Foram 90 questões de Ciências da Natureza e Matemática.

Milhões de candidatos realizaram a segunda e última prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 neste domingo, (16). Os participantes enfrentaram 90 questões de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias, sendo 45 questões para cada tema.
Com mais de 4,81 milhões de inscritos, o exame ocorreu em 1.805 municípios das 27 unidades da Federação.
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Um desses candidatos foi Iuri Silveira Costa. Aos 17 anos, o aluno estuda eletromecânica no Ensino Médio Técnico e sonha em seguir na área de Engenharia Elétrica. Ele relata que a prova exige preparo mental e, no geral, não é fácil.
“Matemática e Natureza, apesar de serem áreas que eu me identifico mais, eu creio que elas são mais difíceis em comparação a Humanas e Linguagens. O que eu tive mais dificuldade foi na prova de Natureza, por conta de ser uma prova mais conteudista, que exige mais do candidato”, indica.
Para Iuri, a prova de Ciências Humanas, realizada no último domingo (9), foi mais fácil, e o estudante está confiante com o resultado. Ele acredita que, com estudo e dedicação, é possível alcançar um bom resultado no exame.
“Em janeiro vão sair todas as notas, e eu acredito que eu consiga me sair bem, eu estudei bastante. Então, com o preparo, é uma coisa que deixa a gente mais tranquilo para que a gente consiga se sair melhor”, destaca.
Já na visão de Francisca Leidiane dos Santos, o segundo dia de provas do Enem 2025 foi melhor que o primeiro. A estudante de Química prestou o exame para tentar uma vaga no curso de Direito, e conta que a maior dificuldade não foi o conteúdo abordado, e sim o tempo de prova.
“Comparado ao primeiro dia, a prova de hoje foi muito boa e muito fácil. O primeiro dia foi muito complicado, as interpretações muito complicadas, muitos textos que você tinha que ler mais de uma vez pra conseguir entender o que a questão queria, e isso implicava no nosso tempo de prova”, relembra.
Francisca também demonstra estar confiante com o resultado, e não pretende perder as esperanças caso não passe este ano. “Não sei como vai ser o TRI (Teoria de Resposta ao Item), mas tenho fé que vai dar certo. Se não der, teremos o próximo ano pra tentar de novo”, completa.

“Enem não avalia o estudante real, ele avalia o estudante ideal”, diz candidato
O nível da prova de Matemática e Ciências da Natureza do Enem, realizada neste domingo (16) por milhões de brasileiros, não condiz com os conteúdos abordados no Ensino Médio da maior parte das escolas do Brasil. É o que defende o acadêmico em Letras – Português e Inglês pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE) David Santana, de Tauá, interior do Ceará.
Aos 18 anos, o jovem decidiu passar pelo exame mais uma vez como forma de testar a bagagem adquirida após o ingresso no Ensino Superior, e desaprovou o que encontrou na prova. Segundo ele, o teste parece ter sido feito somente para as classes mais privilegiadas, que tiveram acesso a “cursinhos” e outras oportunidades de educação mais aprimoradas.
“Ao mesmo tempo em que o Enem é vendido como uma grande oportunidade para a gente, principalmente para quem vem de escola pública, ele também mostra um descaso enorme com a realidade da educação do Brasil. Parece que a prova nem lembra qual é o Ensino Médio que a maioria dos estudantes realmente têm. Tem questões ali que a gente nunca viu na vida e quando viu aquele conteúdo foi de forma corrida, mal explicado, uma aula perdida no meio de tantas outras dificuldades”.
Por outro lado, na visão de David, a prova de Linguagens e Ciências Humanas é composta por situações do cotidiano e apresenta um nível mais condizente com a realidade das escolas brasileiras.
“Linguagens e Humanas, que é o primeiro dia, eu achei tranquilo. Realmente dá para fazer. É coisa que a gente vê no dia a dia, que aparece na escola. Agora, quando chega em Natureza e Matemática, a gente sente a pancada. É ali que a precarização do ensino aparece com força. Todo mundo nota essa diferença absurda do nível”, comenta.
O estudante critica ainda a Teoria de Resposta ao Item (TRI), modelo estatístico que define as notas das provas objetivas do Enem.
“Pra piorar vem a TRI. Não importa se você foi super bem lendo, interpretando, se na Matemática você travou. A nossa nota despenca e é cruel, porque parece que eles dão um peso maior justamente para a área em que a desigualdade fica mais evidente. No final, a sensação que temos é que o Enem não avalia o estudante real, ele avalia o estudante ideal, que só existe para quem teve acesso, tempo e, muitas vezes, dinheiro. A gente sai da prova com aquela sensação de não é que eu não sei, é que nunca me ensinaram”, ressalta.









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