IBGE analisa quantidade de alunos que frequenta escola, mas está fora da etapa adequada.

Entre 2016 e 2024, o Ceará demonstrou avanços na quantidade de jovens que estavam na série adequada no Ensino Médio e no Ensino Superior. Por outro lado, o Ensino Fundamental teve recuo na mesma taxa, indicando maior atraso escolar entre crianças.
A análise é da Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2025, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (3).
As taxas de frequência escolar podem ser analisadas de duas formas. A “bruta” é a proporção entre a quantidade de crianças e adolescentes que há no Estado e quantos deles frequentam a escola. Em resumo, pode ser entendida como uma taxa de matrículas.
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Ao se analisar os grupos etários no Ceará, percebe-se um movimento de quase universalização nas idades obrigatórias e uma inclusão maior nos extremos:
- Primeira Infância (0 a 3 anos): a inclusão na creche subiu de 33,7% em 2016 para 39,4% em 2024
- Infância (6 a 14 anos): a taxa já era alta em 2016 (98,7%), mas se aproximou da universalização em 2024 (99,5%). Dentro deste grupo, crianças de 6 a 10 anos passaram de 99,3% para 99,7%, e de 11 a 14 anos subiram de 97,9% para 99,2%;
- Adolescência (15 a 17 anos): a taxa bruta disparou de 82,2% em 2016 para 93,7% em 2024.
O IBGE aponta que todas as Grandes Regiões do País avançaram na Meta 1 do Plano Nacional de Educação (PNE) – universalizar a educação infantil entre as crianças de 4 a 5 anos e garantir ao menos 50% de cobertura para aquelas com até 3 anos de idade -, mas não a atingiram.
No Brasil, a matrícula na educação básica é obrigatória a partir dos 4 anos de idade, e as evidências apontam que a frequência escolar precoce pode afetar positivamente a trajetória dos indivíduos até a idade adulta.
Aprendizado na idade certa
Por outro lado, a taxa de frequência escolar líquida medida pelo IBGE é a relação entre o total de pessoas em uma determinada faixa etária e quantas delas estão matriculadas no nível de ensino adequado à idade. Ela se assemelha à distorção idade-série, indicador calculado com dados do Censo Escolar.
No Ceará, para a faixa etária de 15 a 17 anos matriculada no Ensino Médio, que seria o nível adequado à idade, a taxa de frequência líquida subiu de 67,5% em 2016 para 83,5% em 2024, um aumento de 16 pontos percentuais.
Já o acesso ao Ensino Superior para o grupo de 18 a 24 anos também cresceu consideravelmente, saindo de 16,8% em 2016 para 23,2%, oito anos depois.
Em contraste com os avanços no ensino secundário e superior, a taxa de frequência líquida das pessoas de 6 a 14 anos no Ensino Fundamental registrou uma redução, passando de 96,7% em 2016 para 93,4% em 2024. Assim, houve queda na quantidade de crianças na série correta.
Segundo o IBGE, uma possível explicação para esse fenômeno seria um retardo na entrada das crianças na pré-escola, etapa obrigatória da Educação Infantil, ainda no período da pandemia da Covid-19, repercutindo no ingresso com atraso no ensino fundamental.
Consequências na idade adulta
Mesmo com os avanços na frequência escolar, o Ceará ainda enfrenta desafios relacionados ao nível de instrução da população adulta. Em 2024, 11,6% das pessoas de 25 anos ou mais no Estado ainda não possuíam instrução.
Além disso, a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais no Ceará, embora tenha caído de 14,4% em 2016 para 11,8% em 2024, o quarto maior índice do Brasil.













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