O secretário Domingos Filho, o presidente da Faec, Amílcar Silveira, e prefeitos de 5 municípios criadores de carneiros e ovelhas trataram do projeto em SP com o Grupo Vicunha

Cresce o interesse do Grupo Vicunha de instalar no Nordeste – preferencialmente no Ceará, onde a corporação tem fábricas de tecido índigo e fazendas agrícolas que produzem manga para exportação – um frigorífico industrial para o abate de caprinos e ovinos para o mercado externo, com foco nos países do Oriente Médio.
Nesta semana, em São Paulo, sócios e diretores do Grupo Vicunha reuniram-se, na cidade paulista de Americana, com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amílcar Silveira; com o secretário do Desenvolvimento Econômico, Domingos Filho; com o secretário Executivo do Agronegócio da SDE, Sílvio Carlos Ribeiro; e com os prefeitos de Tauá, Patrícia Aguiar; de Quixadá, Ricardo Silveira; de Aiuaba, Neto Feitosa; de Independência, William Vieira; e de Quiterianópolis, Juliana Barreto – dos quais ouviram a informação literal de que é do interesse do governo do estado a implantação desse frigorífico na geografia cearense.
Esta coluna apurou que a localização do frigorífico será onde as condições se mostrarem mais viáveis do ponto de vista econômico e de logística, segundo informou o presidente da Faec. Outra informação da mesma fonte acrescentou que o frigorífico do Grupo Vicunha buscará fornecedores não apenas no Ceará, mas, também, nos demais nordestinos, onde é relevante a ovinocaprinocultura.
Ainda em São Paulo, a comitiva cearense teve reunião com dirigentes da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, a Fambrás, uma das maiores certificadoras mundiais de cortes Halal (segundo o Google, o corte Halal é um procedimento de abate de animais que deve ser realizado de acordo com as leis alimentares islâmicas. Halal, em árabe, significa permitido).
Amílcar Silveira adiantou que o projeto do frigorífico do Grupo Vicunha prevê o abate de 1 mil animais por dia. O rebanho ovinocaprino cearense – disse Silveira – é estimado em pouco mais de 3 milhões de cabeças.
“A implantação do frigorífico da Vicunha abrirá uma nova fronteira para a cadeia produtiva da pecuária cearense. Teremos a oportunidade de ampliar, quantitativa e qualitativamente, as pequenas propriedades de criação de carneiros e ovelhas, oferecendo aos criadores assistência técnica e tecnológica, para o que o Centro de Caprinos e Ovinos da Embrapa, em Sobral, terá papel de suma importância”, acrescentou o presidente da Faec.
Ele revelou que, hoje, o maior rebanho de ovinos do Ceará está localizado no município de Independência, enquanto o maior de caprinos ocupa no território municipal de Tauá, ambos na região dos Inhamuns, no Oeste do Estado.
“Trata-se da área – do ponto de vista econômico e social – mais pobre do estado, sendo, por esta razão, vital para o interesse do Ceará e dos cearenses esse empreendimento do Grupo Vicunha”, acentuou Amílcar Silveira.
Ele tem razão. Por enquanto, apesar de todo o esforço até aqui desenvolvido pelo Centro Nacional de Ovinos e Caprinos que a Embrapa instalou e mantém na zona rural de Sobral, a atividade – embora muito presente no Ceará – carece de um nível melhor e maior de profissionalização em todos os elos de sua cadeia produtiva. Mas – como o empreendedor cearense tem a capacidade de adequar-se, em pouco tempo e de maneira eficaz, a qualquer novidade na produção agropecuária – ele poderá tornar dinâmica, moderna e cheia de boas e corretas práticas de gestão a ovinocaprinocultura do Ceará, “e esta é a plena certeza que temos”, como proclama Amílcar Silveira.
Este colunista esteve há pouco mais de um ano com Ricardo Steinbruch, CEO do Grupo Vicunha, que já revelava sua intenção de investir na construção de um moderno frigorífico de ovinos e caprinos no Nordeste. A coluna pode informar que outros estados, como a Bahia, dono do maior rebanho de ovelhas e carneiros do Nordeste, pressionam Steinbruch para sediar o frigorífico. Mas a sua preferência é mesmo pelo Ceará. É aqui que estão as suas grandes empresas têxteis (em Maracanaú e Horizonte) e de fruticultura (em Quixeré e Beberibe).
“Eu estou muito esperançoso, assim como o governador Elmano de Freitas e o seu secretário d Desenvolvimento Econômico, Domingos Filho”, concluiu, com um sorriso, o presidente da Faec.
EMPRESÁRIO INDUSTRIAL DA CONSTRUÇÃO ESTÁ PESSIMISTA
O Índice de Confiança do Empresário Industrial da Construção subiu 0,3 ponto, saindo de 49,3 pontos, em fevereiro, para 49,6 pontos, neste mês de março.
No entanto, como continua abaixo dos 50 pontos, esse índice mostra que os empresários do setor da construção seguem pessimistas, o que se repete há três meses, de acordo com o que revelou ontem, sexta-feira, 28, a Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI.
Segundo os empresários, as condições atuais das empresas e da economia são piores do que há seis meses. Em relação à economia, eles continuam pessimistas para os próximos seis meses, mas veem com otimismo o futuro de curto prazo dos próprios negócios.
“A construção ainda se beneficia dos juros mais baixos do início do ano passado e de mudanças no Minha Casa, Minha Vida, que permitiram ao setor fazer investimentos de longo prazo. No entanto, os empresários mostram bastante preocupação para os próximos meses, justamente por conta das taxas de juros elevadas, que afetam tanto a demanda quanto os custos do setor”, como disse Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
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