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Além da qualidade de sono, muitas horas de telas prejudica saúde em geral  

A preocupação com a utilização de dispositivos eletrônicos se dá em razão do impacto geral na saúde. Ao avaliar dados de mais de 120 mil participantes da Pesquisa de Prevenção do Câncer da Sociedade Americana do Câncer, o novo estudo destaca que mais de 41% dos adultos relataram o uso diário de telas antes de dormir.
Foto: Reprodução/ Freepik

uso de telas têm prejuízos bem relatados, sobretudo para as crianças, mas, agora, cientistas liderados pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, descobriram que ficar conectado muito tempo durante o dia antes de se deitar aumenta em 33% as chances de ter um sono ruim e de dormir 50 minutos a menos por semana. O artigo, publicado ontem na revista Jama Network Open, avaliou mais de 120 mil pessoas.

A preocupação com a utilização de dispositivos eletrônicos se dá em razão do impacto geral na saúde. Ao avaliar dados de mais de 120 mil participantes da Pesquisa de Prevenção do Câncer da Sociedade Americana do Câncer, o novo estudo destaca que mais de 41% dos adultos relataram o uso diário de telas antes de dormir.

Os resultados revelaram que o uso diário de telas está ligado a uma prevalência 33% maior de qualidade de sono ruim e uma média de 7,64 minutos a menos de sono durante os dias de trabalho. Essa relação se mostrou ainda mais forte em pessoas classificadas como de cronotipos noturnos — que tendem a dormir mais tarde e experimentar uma duração de sono ainda menor em comparação aos de cronotipo matutino. Segundo a pesquisa, quem tinha cronotipo noturno e usava telas diariamente ia para a cama, em média, 15,62 minutos mais tarde, diminuindo a duração do sono.

Sem exclusividade

O estudo ressaltou que a associação negativa entre o uso de telas e a qualidade do sono não é exclusiva de crianças e adolescentes, mas se estende também à toda população adulta. Para os cientistas os resultados indicam que muitos adultos lutam contra a falta de sono adequada em decorrência das demandas de seus estilos de vida modernos, que frequentemente incluem o uso de dispositivos eletrônicos até tarde da noite.

Em termos de qualidade do sono, os autores observaram um aumento significativo na sensação de sonolência diurna entre os participantes que utilizam telas antes de dormir. A pesquisa ainda evidencia a urgência de abordagens para minimizar os impactos negativos do uso de eletrônicos sobre o sono.

Estratégias como a limitação do tempo de uso de dispositivos à noite, a promoção de práticas de higiene do sono e a conscientização sobre a importância do sono para a saúde geral podem ser essenciais. Além disso, adaptações ao design habitual dos espaços de trabalho e a incorporação de horários de descanso também podem ajudar a melhorar a qualidade do sono entre os adultos.

Cláudia Moreno, professora titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e membro titular da Academia Brasileira do Sono (ABS), há uma grande diferença em relação ao impacto em crianças, adolescentes e adultos, pois, de acordo com a faixa etária, a necessidade de sono varia. “As crianças precisam dormir mais horas do que os adolescentes, e os adolescentes, por sua vez, precisam de mais horas do que os adultos. Portanto, se houver uma privação de sono importante e acumulada, ela terá um impacto maior em crianças e adolescentes, pois eles necessitam de mais descanso que os adultos.”

Andrea Toscanini, médica especialista em sono, doutora em ciências pela USP, membro titular da Academia Brasileira do Sono e presidente do Comitê de Sono Associação Paulista de Medicina (APM), são três componentes que o uso de tela desequilibra. “A luz, que inibe a melatonina; o conteúdo, que é aditivo; e o comportamento, que pode levar a uma insônia de associação, caso o indivíduo não realize o ritual de pegar o celular antes de dormir. Esses três fatores em conjunto causam um impacto negativo no sono, atrasando o início do sono, diminuindo a qualidade do descanso e tornando o uso de telas um fator potencialmente aditivo e prejudicial ao bem-estar, principalmente à noite.”

Procrastinação

Apesar de ser a distração favorita, ficar longe do telefone pode não ser a solução para procrastinadores. Pesquisadores da Escola de Economia de Londres avaliaram 22 participantes. Os voluntários puderam levar dispositivos tecnológicos. O acesso limitado pela distância levou à redução do uso do celular, mas em vez de se tornarem menos distraídos, eles trocaram só de objeto de atenção para o laptop. “O estudo mostra que deixar o smartphone de lado pode não ser suficiente para reduzir a interrupção e a procrastinação, ou aumentar o foco”,
diz Maxi Heitmayer, autor do estudo.

Com informações do Correio Braziliense

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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