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Justiça aceita denúncia e ex-empresário do forró Emanoel Gurgel agora é réu por importunação sexual

A juíza da 11ª Vara Criminal de Fortaleza decidiu acolher a denúncia dizendo que Emanoel Gurgel está "fartamente qualificado" e que estão "presentes, em tese, a materialidade do fato e indícios de autoria, não vislumbrando nenhuma causa de rejeição liminar da denúncia".

A defesa de Gurgel disse que não foi intimada acerca “de qualquer procedimento em curso”

Escrito por
Emanoela Campelo de Meloemanoela.campelo@svm.com.br

17 de Abril de 2025 – 07:00

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Legenda: O caso foi registrado em junho do ano passado, em Fortaleza
Foto: Reprodução

 

Seis meses após o Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciar o ex-empresário do Forró, fazendeiro Emanoel Gurgel por importunação sexual, a Justiça aceitou a denúncia. Com isso, agora o acusado está na condição de réu.

A juíza da 11ª Vara Criminal de Fortaleza decidiu acolher a denúncia dizendo que Emanoel Gurgel está “fartamente qualificado” e que estão “presentes, em tese, a materialidade do fato e indícios de autoria, não vislumbrando nenhuma causa de rejeição liminar da denúncia”.

A reportagem procurou os advogados do ex-empresário, que se pronunciaram por nota: “A defesa do Senhor Emanoel Gurgel informa que não possui ciência formal dos fatos questionados, tampouco foi intimado acerca de qualquer procedimento em curso”.

 

Destacamos que não há, até o momento, qualquer notificação/intimação oficial e, portanto, causa estranheza o acesso da imprensa a informações que sequer foram disponibilizadas à parte interessada. Por fim, reafirmamos que a defesa será apresentada no momento oportuno, nos termos da legislação vigente, respeitando o devido processo legal e a ampla defesa”
Defesa de Emanoel Gurgel

 

 

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Diário do Nordeste também entrou em contato com a assistência de acusação, representada pelo advogado Nasareno Saraiva, que confirmou o recebimento da denúncia, mas disse não poder “dar detalhes do processo em razão do segredo de Justiça”.

 

O crime aconteceu dentro de um elevador de um prédio residencial e foi registrado por câmeras de segurança

 

VEJA VÍDEO

 

 

NÃO POSSIBILIDADE DE UM ACORDO

Em outubro do ano passado, quando o MP enviou a denúncia por meio da 23ª Promotoria de Justiça Criminal, a Promotora de Justiça Luciana Costa Girão Pierre destacou a  impossibilidade da propositura de um Acordo de Não Persecução Penal. 

“Entendemos não caber acordo de não persecução penal ao caso denunciado, disposto no artigo 28-A do Código de Processo Penal, tendo em vista não ter o investigado preenchido todos os requisitos necessários a tanto. Com efeito, analisando-se os autos informativos respectivos, observa-se que o denunciado negou a prática criminosa, bem como o crime em análise foi praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino”, segundo o órgão acusatório.

No entanto, em fevereiro deste ano, a Justiça retornou os autos para que o MP se manifestasse sobre “o cabimento de Proposta de Suspensão Condicional do Processo”.

No mês seguinte, o Ministério Público manteve o posicionamento de que “o acusado não preenche os requisitos necessários para a concessão do benefício da suspensão condicional do processo, em razão da reprovabilidade social intensa do crime”.

Ainda na denúncia, a promotora acrescentou que “a ação criminosa foi registrada por meio das câmeras de segurança do local e o Relatório Analítico Descritivo de Imagem detalha a sequência de eventos, inclusive identificando perfeitamente a vítima, o infrator e suas características”.

 

“A ação do denunciado ao apalpar os seios da vítima, configura ato libidinoso e evidencia o desejo do agente de satisfazer a própria lascívia em detrimento da ofendida”
MPCE

 

‘APALPADAS’ DENTRO DO ELEVADOR

O fato divulgado em primeira mão pelo Diário do Nordeste se deu no dia 19 de junho, às 5h25. A vítima Maria Palmira Saraiva, conta que já estava no elevador, quando o ex-empresário entra e começa a conversar com ela.

A vítima concedeu entrevista ao Diário do Nordeste e contou que conhecia Emanoel Gurgel “de vista” e que no dia do caso estava há 24 horas sem dormir, cuidando de uma parente.

 

maosvitima
Legenda: A vítima concedeu entrevista ao Diário do Nordeste
Foto: Emanoela Campelo de Melo

 

Palmira disse ter ficado “atordoada, sem reação para revidar”, mas que quando se percebeu vítima, buscou no mesmo dia denunciar o caso na DDM.

 

“Eu ia descer, mas o elevador começou a subir. Quando parou, ele entrou e já veio puxando assunto. Pegou na minha mão e perguntou: quem faz sua unha? Eu disse que era eu mesma que fazia. Logo depois ele avançou no meu peito e eu falei: epa, aqui não. Aí ele desconversou e quando o elevador abriu ele ainda perguntou se eu não ia com ele. Saí atordoada procurando ajuda”
Maria Palmira

Vítima

 

Ela disse ter sido esta a primeira vez em que foi vítima de assédio: “no momento que ele me tocou, fiquei sem ação. Eu me acho uma mulher corajosa e hoje fico me castigando, porque eu não tive reação. Ele tentou desconversar. Estou com nojo de mim mesma, me sinto covarde“.

Na Justiça, o prazo para a defesa responder à acusação é de até 10 dias, contados a partir dessa terça-feira (15), data do despacho.

 

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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