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Resposta para melhorar combate a vírus letais pode estar nos morcegos

Pesquisadores da Universidade Estadual de Washington (WSU), nos EUA, deram um passo importante para desvendar por que morcegos conseguem conviver com vírus altamente perigosos, como os coronavírus e hantavírus, sem apresentarem sintomas.

Estudo desenvolve células de morcego para entender por que esses animais hospedam vírus letais sem sofrer sintomas
Leandro Costa Criscuolo17/04/2025 06h30
morcego
Imagem: Rudmer Zwerver/Shutterstock
Pesquisadores da Universidade Estadual de Washington (WSU), nos EUA, deram um passo importante para desvendar por que morcegos conseguem conviver com vírus altamente perigosos, como os coronavírus e hantavírus, sem apresentarem sintomas.

A equipe liderada pelo virologista Michael Letko desenvolveu duas novas linhagens celulares derivadas de morcegos, que agora estão disponíveis para a comunidade científica por meio de um repositório público. O trabalho foi publicado na revista PLOS Biology.

Essas linhagens, criadas a partir de células renais do morcego-de-cauda-curta-de-Seba (Carollia perspicillata), permitem estudar com mais precisão como o sistema imunológico dos morcegos lida com infecções virais.

Até então, a maioria dos estudos usava células humanas ou de roedores, o que limitava o entendimento sobre a tolerância única dos morcegos.

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Imagem mostra de perto um morcego-vampiro comum
Cientistas desenvolvem linhagens celulares de morcegos para estudar imunidade e comportamento de vírus perigosos (Imagem: Wirestock Creators / Shutterstock)

Descobertas do estudo

  • Os testes mostraram que essas novas células conseguem suportar infecções por uma variedade de vírus, com destaque para os coronavírus e ortohantavírus — incluindo o vírus Sin Nombre, que causou recentemente uma infecção fatal no estado de Washington, onde fica a WSU.
  • Segundo Letko, os morcegos são hospedeiros naturais de muitos vírus perigosos para humanos e animais, mas poucas ferramentas estavam disponíveis para investigar esse fenômeno em laboratório.
  • As linhagens celulares existentes são escassas, antigas (algumas da década de 1960) e nem sempre compatíveis com os vírus de interesse atual.
  • As novas linhagens oferecem respostas imunes mais realistas e são um recurso valioso para pesquisas futuras.

Novos planos para prevenção de surtos podem aparecer

Além de fornecer novas ferramentas, a equipe da WSU também compartilhou abertamente as linhagens com outros laboratórios, promovendo colaboração científica.

O objetivo agora é usar essas células para investigar como os morcegos evitam os danos causados por infecções virais — o que pode abrir caminhos para novas terapias antivirais e estratégias de prevenção de surtos em humanos.

Nova linhagem celular de morcegos pode explicar sua resistência a vírus letais e guiar novas estratégias de combate a epidemias – Imagem: Shutterstock/Griffin Gillespie
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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