Francisco tinha o combate à pobreza como um dos focos de seu papado

Papa Francisco, que morreu na madrugada desta segunda-feira (21), ocupou o posto mais alto da igreja católica por 12 anos. Foi o primeiro papa latinoamericano, o primeiro eleito com o antecessor ainda vivo, o primeiro a escolher o nome Francisco sem um numeral. O papa que, em sua última mensagem ao mundo, pediu o fim da guerra.
Enfrentou diversos problemas de saúde. Na situação mais recente, o argentino passou cinco semanas internado para tratar um quadro de pneumonia e chegou a superar o estado crítico da doença. Fez a última aparição pública no domingo de Páscoa (20), na sacada da Basílica de São Pedro.
O 226º papa da história da Igreja Católica, foi o primeiro pontífice não europeu em 1.200 anos.
O argentino Jorge Mario Bergoglio foi escolhido para assumir o posto em 2013, após a renúncia de Bento XVI. Ele já tinha sido um dos mais votados no conclave anterior, em 2005.
Ao longo do papado, Francisco se tornou o maior canonizador da história da Igreja Católica, com mais de 900 canonizações e mais de mil beatificações.
Ele realizou visitas a diversos países, incluindo o Brasil, e ficou marcado também pelos discursos políticos. Francisco se posicionava contra diversos conflitos armados, como as guerras de Rússia e Ucrânia e de Israel contra o Hamas.
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Seu engajamento sociopolítico também foi peça-chave na retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, rompidas desde 1961 e restauradas em 2014. O pontífice intermediou conversas entre os dois governos por 18 meses.
COMBATE À POBREZA
O combate à pobreza foi uma das prioridades de seu papado. O nome Francisco, inclusive, foi escolhido em homenagem a São Francisco de Assis, o protetor dos pobres.
O lema do papado foi “Miserando atque eligendo” – “Olhou-o com misericórdia e o escolheu”.
Papa Francisco chegou a realizar visitas surpresa a periferias de Roma e também se aproximou dos imigrantes.
A primeira viagem de seu pontificado foi à ilha de Lampedusa, local em que celebrou os imigrantes que tinham conseguido atravessar o Mediterrâneo e lamentou os que faleceram na travessia.
Ascensão na Igreja
Em 1986, Bergoglio passou alguns meses na Alemanha para finalizar sua tese de doutorado. Já em 1992, foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires e, em 1998, tornou-se arcebispo primaz da Argentina.
Como arcebispo, destacou-se pelo trabalho pastoral voltado para as comunidades pobres, denunciando injustiças sociais e econômicas. Morava sozinho em um apartamento simples, com uma rotina disciplinada que começava às 4h30 e terminava às 21h.
Em 2001, foi nomeado cardeal pelo papa João Paulo II. Seis anos depois, esteve no Brasil para a 5ª Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em Aparecida, durante a visita do papa Bento XVI.
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