Operação contra desvios bilionários em pensões e aposentadorias do INSS teve entrevista coletiva nesta quarta-feira (23)

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou, durante coletiva nesta quarta-feira (23), que aposentados e pensionistas foram “vítimas fáceis” em fraude administrada por criminosos que se apropriaram de parte dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A entrevista coletiva concedida pelo ministro que tinha como foco a Operação Sem Desconto, realizada em conjunto entre a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) contra fraudes no INSS.
“Foi uma fraude contra os aposentados, pessoas que estão em fase adiantada da vida, naturalmente debilitadas, e foram vítimas fáceis de criminosos que se apropriaram das pensões e das aposentadorias”, apontou o ministro da Justiça.
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Segundo as investigações, descontos indevidos de valores de aposentados e pensionistas do INSS foram realizados no período de 2019 a 2024, no que pode ter sido um desvio de cerca de R$ 6,3 bilhões.
O golpe teria consistido na seguinte ação: entidades sem estrutura falsificavam assinaturas para “associar” aposentados sem autorização, o que depois resultava em descontos indevidos de mensalidades.
Assim, as supostas entidades ofereciam serviços de assistência jurídica para aposentados, bem como descontos em planos de saúde, por exemplo.
O governo aponta que os descontos nas aposentadorias são investigados desde o início de 2023 pela Controladoria Geral da União (CGU) e, desde que indícios de ação criminosa foram verificados, a PF foi acionada para um inquérito.
Vítimas não estavam cientes
O ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, apontou que a maioria das pessoas sequer sabia dos descontos. Cerca de 1,3 mil aposentados foram entrevistados e 29 entidades que realizavam tais descontos passaram por análise.
Ao todo, a estimativa é de que 11 entidades associativas teriam cometido irregularidades e, por conta disso, tiveram contratos suspensos.
“O que apuramos é que a maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas e de uma série de artifícios para simular essa que não era uma vontade real dessas pessoas”, disse o ministro.
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