Decisão aponta suposto abuso de poder político nas eleições do ano passado por contratações irregulares de servidores no período pré-eleitoral
Escrito por
Inácio Aguiarinacio.aguiar@svm.com.br
25 de Abril de 2025 – 09:11
(Atualizado às 09:21)
Legenda: Luan Dantas e Solange foram eleitos como prefeito e vice, respectivamente, nas eleições do ano passado
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Justiça Eleitoral cassou o mandato do prefeito Luan Dantas e da vice-prefeita Solange Mary Campelo, após constatar abuso de poder político nas eleições de 2024. A decisão, proferida pelo juiz eleitoral Isaac Dantas Bezerra Braga, também decretou a inelegibilidade de dois por oito anos.
Segundo a sentença, Luan Dantas teria sido beneficiado pela contratação irregular de mais de servidores temporários no período pré-eleitoral, sem processo seletivo, sem justificativas plausíveis e em cargas que não atendiam às necessidades especiais da administração pública. Para a Justiça, ficou evidente o uso da máquina pública com fins eleitorais, em violação à legislação vigente.
A cassação ocorre num momento em que Luan Dantas já está afastado do cargo e preso preventivamente, por suspeitas de envolvimento em incêndio criminoso e suposta associação com grupos criminosos. A investigação é conduzida pela Polícia Civil e, na semana passada, a Justiça Estadual recebeu denúncia contra o prefeito sobre o caso do incêndio, mas descartou organização criminosa.
A investigação, dizem fontes da Polícia Civil, afirma ter reunido elementos da participação do prefeito em ações ilícitas articuladas por organizações criminosas. A defesa do gestor nega todas as acusações e sustenta que ele jamais manteve qualquer relação com atividades criminosas.
Um problema a mais para o gestor
A cassação de Luan Dantas na Justiça Eleitoral, embora ainda seja em primeira instância, amplia a instabilidade política em Potiretama.
A nova decisão abre caminho, inclusive, para a realização de novas eleições no município. Ainda cabe recurso da sentença.
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