Vítima sofreu uma parada cardíaca logo após o início da sessão

O empresário Mauro Fernandes Júnior, de 41 anos, morreu na última terça-feira (29) devido a complicações de um processo de ozonioterapia em uma clínica de estética no município de Paranaguá, no Paraná. A vítima veio a óbito durante uma sessão do procedimento para tratar uma luxação no ombro.
Mauro sofreu uma parada cardíaca logo após o início da ozonioterapia. O caso está sob investigação da Polícia Civil do Paraná. As informações são do portal Metrópoles.
Conforme registrado em boletim de ocorrência, o empresário já havia relatado, em uma sessão anterior, sintomas adversos do procedimento como tonturas.
No dia da sessão que levou Mário a óbito, a profissional responsável pelo processo prestou os primeiros socorros e acionou uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A equipe médica tentou reanimá-lo por cerca de 50 minutos, mas o empresário não resistiu e morreu na clínica de estética.
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O que é ozonioterapia
A ozonioterapia é uma mistura de ozônio e oxigênio puro, chamado de ozônio medicinal. Durante a sessão, é aplicada em alguma parte do corpo como tratamento para dor, ferida ou doença específica.
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, o objetivo do procedimento é melhorar a oxigenação dos tecidos e também fortalecer o sistema imunológico por meio de mecanismos celulares em resposta a um estresse oxidativo.
“A ozonioterapia poderia ser aplicada para melhorar a circulação, a oxigenação sanguínea e aumentar as ações anti-inflamatórias e antissépticas”, informa o artigo.
Segundo o estudo, acredita-se que, quando o ozônio entra em contato com os fluidos corporais, há um aumento de proteínas, glóbulos vermelhos e o suprimento de oxigênio no corpo.
Entre os tipos de aplicação da ozonioterapia, estão:
- Aplicação cutânea;
- Aplicação bucal;
- Aplicação retal;
- Injeção subcutânea;
- Auto-hemoterapia (quando o sangue é retirado do organismo, misturado ao ozônio e depois aplicado novamente no indivíduo).
O uso do procedimento, no entanto, é controverso, com algumas advertências da comunidade médica.
A Associação Médica Brasileira reiterou que faltam evidências científicas de qualidade que justifiquem uma mudança no caráter experimental desse tipo de tratamento e mantém a posição contrária à terapia com ozônio que vem manifestando há anos.
O Ministério da Saúde reforçou informações da legislação sobre o procedimento:
- Equipamentos médicos devem ser submetidos à avaliação e aprovação da Anvisa;
- A incorporação de qualquer nova prática no SUS leva em conta critérios como evidências científicas, segurança, eficácia e efetividade na saúde pública;
- A ozonioterapia somente poderá ser realizada por profissional de saúde de nível superior inscrito em seu conselho de fiscalização profissional;
- Somente poderá ser aplicada por meio de equipamento de produção de ozônio medicinal devidamente regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou órgão que a substitua;
- O profissional responsável pela aplicação da ozonioterapia deverá informar ao paciente que o procedimento possui caráter complementar.
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