Em determinados pontos, a estrutura ultrapassa os 15 metros de altura e tem como objetivo reduzir os impactos de possíveis tsunamis.

Quatorze anos após ser palco do maior terremoto registrado no Japão, a região de Fukushima ainda carrega marcas da tragédia de 2011. Desde então, o país tem concentrado esforços na prevenção de desastres naturais e na reestruturação de sua política energética.
Uma das principais medidas adotadas foi a construção de uma barreira costeira conhecida como “Grande Muralha do Japão”, com mais de 400 quilômetros de extensão. Em determinados pontos, a estrutura ultrapassa os 15 metros de altura e tem como objetivo reduzir os impactos de possíveis tsunamis.

Muralha para conter tsunamis no Japão | Imagem: Reprodução/ Rede Globo
Energia nuclear volta ao debate
De acordo com a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), a usina de Fukushima não será reativada. O acidente representou um divisor de águas na política energética japonesa, levando o país a reduzir sua dependência da energia nuclear. No entanto, o cenário começa a mudar.
Diante do aumento da demanda por eletricidade, impulsionado principalmente por avanços tecnológicos como a inteligência artificial, o governo japonês apresentou um novo plano em fevereiro. A proposta é ampliar a participação da energia nuclear na matriz energética dos atuais 8% para 20% até 2040.
Tendência global
Essa reavaliação da energia nuclear não é exclusiva do Japão. Após o desastre de Fukushima, a Alemanha iniciou o fechamento gradual de seus reatores, processo concluído em 2023. Porém, com novas lideranças políticas, há discussões sobre a possibilidade de reativação das usinas.
Nos Estados Unidos, a estratégia é expandir consideravelmente a capacidade nuclear, com a meta de triplicá-la até 2050. Grandes empresas de tecnologia já começaram a investir em reatores próprios para garantir o abastecimento energético de seus centros de dados.
O uso da energia nuclear, antes amplamente questionado, passa a ser defendido até mesmo por ambientalistas, por ser uma fonte que não emite gases do efeito estufa. O vapor que sai das torres das usinas, muitas vezes confundido com poluição, é apenas vapor d’água. Para muitos, o temor despertado por Fukushima parece ter dado lugar a uma nova perspectiva sobre o papel da energia nuclear no mundo atual.
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