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Compras por impulso e redes sociais: o novo vilão da sua vida financeira

Você já entrou nas redes sociais só para dar uma olhadinha rápida e, minutos depois, viu-se com um item no carrinho de compras que nem sabia que precisava? Se sim, você não está sozinho. 

Escrito por
Ana Alvesanimaconsultoria@yahoo.com.br
13 de Maio de 2025 – 07:00

Legenda: O endividamento das famílias atingiu níveis recordes em 2024, e boa parte está ligado ao consumo não planejado
Foto: Shutterstock

Você já entrou nas redes sociais só para dar uma olhadinha rápida e, minutos depois, viu-se com um item no carrinho de compras que nem sabia que precisava? Se sim, você não está sozinho.

O consumo por impulso tem ganhado um novo aliado: o Instagram, o TikTok e outros apps que parecem feitos sob medida para esvaziar nossa carteira.
As redes sociais mudaram a forma como consumimos. Antes, víamos propaganda na TV e decidíamos se queríamos comprar. Hoje, somos bombardeados por conteúdos que misturam entretenimento com marketing – e isso mexe direto com nossas emoções.

Influenciadores mostram “achadinhos”, promoções relâmpago, cupons de desconto e estilos de vida que parecem perfeitos. Resultado? Compramos mais, muitas vezes sem precisar.

E não é só uma sensação: os números mostram isso. Uma pesquisa do SPC Brasil revelou que 60% dos consumidores brasileiros já fizeram compras por impulso motivadas pelas redes sociais, especialmente por vídeos curtos e publicações com linguagem emocional.

 

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Outro estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou que o endividamento das famílias atingiu níveis recordes em 2024, e boa parte está ligado ao consumo não planejado.

Mas por que isso acontece?

O CÉREBRO NO PILOTO AUTOMÁTICO

O marketing digital é feito para ativar nossos gatilhos mentais. “Oferta por tempo limitado”, “última unidade”, “frete grátis”, “estoque quase esgotado”… Tudo isso gera uma sensação de urgência, de que, se você não agir agora, vai perder algo importante. E aí, o lado racional do cérebro, que pensa no orçamento, nas prioridades e nas contas do mês, é silenciado.

Além disso, nosso cérebro adora recompensas rápidas. Comprar algo novo libera dopamina, o “hormônio do prazer”. É como se, por um instante, todos os problemas desaparecessem. Só que depois a fatura chega — e com ela, o arrependimento.

O CUSTO INVISÍVEL DAS PEQUENAS COMPRAS

“Ah, mas foi só uma promoção de R$ 29,90.” O problema é que o efeito acumulativo dessas compras impulsivas costuma ser ignorado. Uma assinatura aqui, um mimo ali, um mimo acolá…

Ao final do mês, esses pequenos gastos podem representar centenas de reais que poderiam estar sendo usados para quitar dívidas, investir ou até realizar um sonho.

Fora o impacto emocional: a frustração de ver o dinheiro indo embora sem trazer satisfação real, o estresse de lidar com boletos acumulados e o sentimento de culpa por não conseguir se controlar.

COMO FREAR O IMPULSO E RETOMAR O CONTROLE

A boa notícia é que é possível escapar desse ciclo. Aqui vão algumas dicas práticas:

1. Desative notificações de apps de compras e promoções — Quanto menos estímulos você receber, menor será a chance de cair em tentação.

2. Siga menos e salve mais — Em vez de seguir dezenas de perfis de consumo, crie uma pasta de “desejos” e anote o que quer comprar. Dê a si mesmo 48 horas para pensar. Se depois desse tempo ainda quiser, analise se realmente cabe no orçamento.

3. Use o “método da lista” — Antes de fazer compras, crie uma lista do que realmente precisa. Isso vale para compras online também. Só compre o que está nela.

4. Reveja seu feed — Siga perfis que te inspirem a cuidar do seu dinheiro, da sua saúde mental e do seu bem-estar — não apenas do seu guarda-roupa.

5. Orçamento com “respiro” — Planeje uma pequena quantia mensal para compras por impulso. Assim, se quiser se dar um presente, vai poder fazer isso sem culpa — e sem comprometer o essencial.

O CONSUMO CONSCIENTE É LIBERDADE

Mudar a relação com o consumo não significa parar de comprar, mas escolher melhor, com consciência e intenção. O verdadeiro luxo hoje não é ter o celular do momento ou o look da blogueira famosa — é poder dormir tranquilo, sabendo que suas contas estão sob controle e que suas escolhas financeiras te aproximam dos seus objetivos, não do estresse.

As redes sociais vieram para ficar, e isso não é ruim. O que precisamos é aprender a navegar por elas com mais consciência. Seu dinheiro é fruto do seu esforço. Ele merece respeito. E você também.

Pensem nisso e até a próxima!

Ana Alves
@anima.consult
animaconsultoria@yahoo.com.br
Economista, Consultora, Professora e Palestrante

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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