Decisão anula acordo que permitiu reeleição de Ednaldo e determina novas eleições na entidade

A presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passou por nova reviravolta nesta quinta-feira (15). O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), determinou o afastamento de Ednaldo Rodrigues do comando da entidade e nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor, encarregado de convocar novas eleições.
A decisão tem como base a anulação de um acordo firmado entre dirigentes da CBF no início deste ano, que havia encerrado uma ação judicial sobre o processo eleitoral da entidade e possibilitado a reeleição de Ednaldo por aclamação. Segundo o desembargador, há indícios de incapacidade mental e possível falsificação da assinatura de um dos signatários do documento, o ex-presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes.
“Declaro nulo o acordo firmado entre as partes, homologado outrora pela Corte Superior”, escreveu Zéfiro em sua decisão.
Fernando Sarney, que agora assume como interventor, é um dos vice-presidentes da CBF e não participou da chapa de reeleição de Ednaldo. Apesar do rompimento político com o agora afastado presidente, seu mandato como vice vai até março de 2026.
Na semana passada, tanto a deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) quanto o próprio Sarney apresentaram pedidos ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que a assinatura de Coronel Nunes no acordo era falsa. Um laudo pericial teria reforçado a acusação.
O caso foi remetido ao TJ-RJ por ordem do ministro Gilmar Mendes, do STF, que solicitou investigação urgente sobre o conteúdo das petições. O desembargador Zéfiro chegou a agendar uma oitiva com Coronel Nunes, mas o ex-dirigente não compareceu por problemas de saúde, segundo seu advogado.
Com base nos elementos disponíveis, o desembargador decidiu pelo afastamento de Ednaldo Rodrigues. Esta é a segunda vez que o TJ-RJ retira Ednaldo do cargo — a primeira foi em dezembro de 2023, quando ele retornou após decisão de Gilmar Mendes.
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