Notícias

Marcas Perdigão, Qualy e Sadia agora pertencem a nova empresa

A BRF, gigante brasileira especializada em aves e dona das marcas Sadia e Perdigão, e a Marfrig, segunda maior produtora de carne bovina do mundo, anunciaram uma fusão na noite desta quinta-feira (dia 15). As duas companhias informaram que assinaram um instrumento para a incorporação das ações da BRF pela Marfrig. A nova empresa passará a ser chamada de MBRF Global Foods Company.

Por Extra — Rio de Janeiro

16/05/2025 09h12  Atualizado agora

A BRF, gigante brasileira especializada em aves e dona das marcas Sadia e Perdigão, e a Marfrig, segunda maior produtora de carne bovina do mundo, anunciaram uma fusão na noite desta quinta-feira (dia 15). As duas companhias informaram que assinaram um instrumento para a incorporação das ações da BRF pela Marfrig. A nova empresa passará a ser chamada de MBRF Global Foods Company.

A fusão se dará por meio da troca de ações da BRF por papéis da Marfrig, que já é atualmente a maior sócia da companhia de aves, exercendo o seu controle com 50,49%. A participação da BRF que a Marfrig ainda não possui e vai incorporar tem valor de mercado de aproximadamente R$ 17 bilhões (US$ 3 bilhões).

Na prática, acionistas da BRF receberão papéis da Marfrig e se tornarão sócios da empresa resultante da fusão, com faturamento anual na casa de R$ 150 bilhões.

Veja abaixo as principais marcas da BRF que ficarão sob o guarda-chuva da nova empresa:

 

  • Sadia
  • Perdigão
  • Qualy
  • Claybom
  • Deline
  • Banvit

 

Veja abaixo as principais marcas da Marfrig:

 

  • Bassi
  • Montana
  • Viva
  • Pampeano
  • Bona Pet
  • Kidelli

 

Trecho do comunicado enviado ao mercado afirma que a fusão “visa à criação de uma empresa global de alimentos com base em uma plataforma multiproteínas, forte presença nos mercados doméstico e internacional, diversificação de portfólio, escala, eficiência e sustentabilidade, conferindo benefícios significativos para ambas companhias”.

Assembleias extraordinárias de acionistas foram marcadas para 18 de junho, quando os detentores de ações das duas empresas deverão chancelar a fusão.

Segundo o comunicado, a perspectiva é que a fusão gere mais de R$ 800 milhões anuais em sinergias, com aumento de receitas e redução de custos em torno de R$ 485 milhões por ano, “por meio da capilaridade logística, força das marcas, e sinergias na cadeia de suprimentos (matéria-prima, embalagens e insumos).”

As companhias esperam redução de R$ 320 milhões anuais em despesas de “estrutura comercial e logística, da consolidação de um sistema operacional único e da otimização da estrutura corporativa.” Também projetam ganhos fiscais na casa de R$ 3 bilhões.

Listagem nos EUA

 

A transação levou em consideração o valor dos dividendos a serem pagos por ambas as empresas. A BRF pagará R$ 3,5 bilhões, enquanto a Marfrig distribuirá R$ 2,5 bilhões.

Após concluído e aprovado pelos órgãos reguladores, o acordo finalmente unirá as duas empresas em uma única operação, que rivalizará com alguns dos maiores fornecedores de alimentos do mundo.

Se for aprovada, na prática, a BRF se tornará uma subsidiária integral da Marfrig, que, por sua vez, vai mudar sua denominação social de Marfrig Global Foods para MBRF Global Foods Company. A operação indica que a BRF fechará o seu hoje pulverizado capital na B3, a Bolsa de São Paulo.

Os acionistas da BRF (com exceção da Marfrig) receberão 0,8521 ação ordinária da Marfrig para cada ação ordinária (ON, com direito a voto) de emissão da BRF detida na data de fechamento da incorporação dos papéis. Os investidores da BRF também terão a opção de receber até R$ 19,89 (US$ 3,50) por ação como pagamento.

As ações da Marfrig fecharam ontem em alta de 4,24%, a R$ 20,66, enquanto as da BRF avançaram 4,78%, a R$ 20,62. O mercado já estava fechado quando a fusão foi anunciada.

Ações nos EUA

 

A nova empresa buscará listar suas ações nos EUA, disseram executivos da BRF e da Marfrig durante uma teleconferência realizada ontem, informou a agência Bloomberg, que antecipou a notícia.

A América do Norte vai responder por 43% da receita da nova empresa, afirmou na teleconferência o CEO da BRF, Miguel Gularte.

— Não foi o objetivo que nos motivou a acertar a fusão, mas está em nosso radar — afirmou o diretor financeiro da BRF, Fabio Mariano.

A mudança ocorre quatro anos depois de o magnata brasileiro da carne, Marcos Molina, iniciar uma investida para controlar a BRF, que incluiu compras agressivas de ações a preços baixos. Molina é atualmente o presidente do Conselho de Administração da BRF.

Aposta

 

A aposta valeu a pena, já que a unidade se beneficiou de uma bonança no mercado de frango. Em 2024, a BRF apresentou o melhor desempenho operacional e financeiro da sua história, com R$ 61,4 bilhões em receita, 14% mais que no ano anterior. A empresa é uma multinacional brasileira, com operações em diferentes países e uma grande exportadora de alimentos.

O acesso mais fácil à robusta geração de caixa da BRF provavelmente ajudará a Marfrig a superar a escassez de gado que tem derrubado os lucros de sua operação de carne bovina nos EUA, onde o frigorífico brasileiro controla a National Beef.

A Marfrig foi avaliada em 8,3 vezes seu valor em relação aos lucros projetados antes de itens como juros e impostos, o que é quase o dobro da avaliação das ações da BRF, dando à empresa de Molina uma vantagem.

A BRF lucrou R$ 1,12 bilhão no primeiro trimestre, o dobro do mesmo período em 2024. A Marfrig teve lucro de R$ 88 milhões, alta de 40,3% na comparação anual. (*Com Bloomberg News)

Avatar

Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

Adcionar comentário

Clique aqui para postar um comentário