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Mulher usa TikTok para pedir socorro após ser mantida em cárcere privado pelo marido por 2 anos  

Sem enxergar saída, uma argentina gravou um pedido de socorro e publicou no TikTok. Priscila Sand afirma que seu marido, Salvador Zubirán Rabay, a manteve em cárcere privado por dois anos na casa em que moravam, na Cidade do México. No vídeo, motivado por seu desespero em não conseguir voltar para a Argentina, a mulher narra o terror que viveu nas mãos do companheiro e clama por ajuda: “Temo por minha vida e pela do meu filho de 9 meses”.

Sem enxergar saída, uma argentina gravou um pedido de socorro e publicou no TikTok. Priscila Sand afirma que seu marido, Salvador Zubirán Rabay, a manteve em cárcere privado por dois anos na casa em que moravam, na Cidade do México. No vídeo, motivado por seu desespero em não conseguir voltar para a Argentina, a mulher narra o terror que viveu nas mãos do companheiro e clama por ajuda: “Temo por minha vida e pela do meu filho de 9 meses”.

Na publicação, que já ultrapassou 1,4 milhão de visualizações, Priscila afirma que decidiu tornar seu testemunho público porque “as autoridades ainda não puderam fazer nada”. Após ter fugido da casa, o marido a denunciou por “sequestro de criança” e seu filho está sob Alerta Amber, o que a impede de voltar para seu país com o bebê.

De acordo com Priscila, tudo começou em junho de 2023, quando conheceu o homem em um restaurante mexicano. A princípio, ela o descreve como “gentil, educado e confiável”, mas logo descobriu que nada disso era verdade. Em entrevista ao Infobae, ela revelou que havia contado à mãe dele que gostaria de voltar para a Argentina e, quando Salvador descobriu, supostamente começou a agredi-la e a mantê-la em cárcere privado.

— Eu não podia sair para trabalhar. Sempre havia um segurança. Se eu quisesse dar uma volta, tinha que pedir permissão e, se ele deixasse, eu mandava alguém me seguir. Se eu quisesse cortar o cabelo, alguém vinha à minha casa. Se eu quisesse fazer as unhas, alguém vinha à minha casa também. E nos fins de semana, íamos às compras, mas sempre com ele. Se eu quisesse ir ao banheiro, dois seguranças me acompanhavam e me esperavam do lado de fora — afirma a argentina ao Infobae.

Ela conta que era obrigada a tomar remédios controlados que o marido, supostamente, havia conseguido em nome do avô. Revela ainda que o ponto-chave que a fez entender que precisava fugir foi o fato de Salvador estar construindo um “quarto do pânico”.

Em abril de 2024, Priscila contou que pediu ajuda à única pessoa com quem podia conversar: sua irmã gêmea. Juntas, descobriram que a casa estava “cercada por câmeras, microfones, sensores e seguranças”. A irmã entrou em contato com uma pessoa de confiança no México e, com o apoio dela, Priscila colocou em prática o plano de fuga. Observou por dias os movimentos dos guardas e aproveitou uma brecha na vigilância para escapar com o filho e uma mala com itens essenciais.

Logo após a fuga, se escondeu na casa de uma pessoa próxima e apresentou uma queixa na Promotoria Antissequestro da Cidade do México. De acordo com ela, Salvador tem outras acusações por sequestro, agressão, estupro e ameaças, mas nunca pagou por seus supostos crimes “porque sua família pagou aos juízes, policiais de investigação e ao Ministério Público”.

— Ele tem guarda-costas que o acompanham por toda parte. Ele diz que subornou juízes, policiais e promotores . E eu o vi manipular denúncias, fabricar provas e usar contatos para perseguir outras mulheres. — relata ao Infobae.

Antes, o caso havia sido classificado como sequestro, mas foi transferido para a Promotoria de Violência de Gênero e, até o momento, não houve avanços. Ao mesmo tempo, Salvador a denunciou por violência doméstica, o que resultou na emissão de um Alerta Amber, impedindo-a de sair do país com a criança. Ela pediu ajuda à Embaixada Argentina.

Priscila também afirma que todos os familiares do marido tinham pleno conhecimento da situação e “inclusive foram espectadores das surras, mas nunca fizeram nada”. Desde que conseguiu escapar, relata que pessoas próximas a ela vêm sofrendo ameaças e que corre o risco de perder a guarda do filho em razão da denúncia.

— Hoje exijo justiça. Para mim, para meu filho, para as pessoas que me apoiaram desde que fugi, para as mulheres que já não estão mais aqui e para que ninguém mais viva o que eu vivi. Juízes, promotores e policiais, por favor, é hora de agir.

Outra vítima

Laura Vignatti também denunciou Salvador Zubirán Rabay por agressão — Foto: Reprodução / Instagram
Laura Vignatti também denunciou Salvador Zubirán Rabay por agressão — Foto: Reprodução / Instagram

Outra mulher denunciou publicamente Salvador Zubirán Rabay. A atriz Laura Vignatti usou as redes sociais para relatar que foi brutalmente espancada e ameaçada por ele. Assim como Priscila, a atriz também afirmou que o homem tem conexões com o sistema judiciário e, mesmo diante das provas, “a promotoria o indultou de muitas coisas”.

Em 8 de março, no Dia Internacional da Mulher, Laura aproveitou para incentivar outras mulheres a denunciarem casos de violência e exaltou a força feminina.

“Passaram-se 2 anos, 2 meses e 14 dias desde que escapei do inferno em que vivia. Fui privada da minha liberdade, violentada fisicamente, psicologicamente, economicamente — e sofri todos os tipos de violência possíveis. A única coisa que faltou a esse psicopata foi me matar. Fratura no nariz, fissura nas costelas, hematomas por todo o corpo a ponto de abrir feridas que deixavam os ossos à mostra. Destruída em todos os sentidos. Apesar de tudo… uma força que saiu do mais profundo de mim me fez seguir em frente e não cair ainda mais. Hoje, #8M, é um dia que me faz lembrar da força que temos nós, mulheres, da importância do apoio verdadeiro entre nós… porque não se trata só de postar algo e pronto, mas sim de criar consciência e realmente ajudar quando está ao nosso alcance. Qualquer uma de nós pode estar em uma situação assim — ou até pior. Por isso, HOJE, peço a homens e mulheres que reflitam, que compreendam, que tenham empatia, que escutem e estejam presentes para quem precisa. E, acima de tudo, que SAIBAM que SEMPRE É POSSÍVEL RECOMEÇAR. Que é possível virar o jogo, mudar uma história de terror. NÓS SOMOS FORTES! MUITO FORTES. E se eu consegui sair, VOCÊ TAMBÉM CONSEGUE. Não tenha vergonha. Sinta orgulho por conseguir contar a sua história — e ajudar outras mulheres!”

“Agradeço a todos”

Com a enorme repercussão do vídeo, Priscila voltou ao TikTok, muito emocionada, para agradecer a todos que o compartilharam. Ela espera que o processo avance e que possa, finalmente, voltar para a Argentina com seu filho e em segurança.

Em ambas as publicações, internautas deixaram mensagens de apoio a Priscila e críticas às autoridades.

“Como sempre, é preciso fazer denúncias públicas para que as autoridades façam o seu trabalho”, comentou um. “Que impotência! Quantos homens fingindo ser outra pessoa para atormentar as mulheres! Você é uma mulher muito forte”, reagiu outro. “Definitivamente, o México é a podridão da corrupção. Não há justiça para nada, e menos ainda para as mulheres”, lamentou um terceiro.

Os comentários na publicação de Priscila Sand — Foto: Reprodução / TikTok
Os comentários na publicação de Priscila Sand — Foto: Reprodução / TikTok
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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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