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O que é assédio moral e sexual? Saiba como identificar

Nos últimos anos, o debate sobre assédio no ambiente de trabalho ganhou mais visibilidade, e ainda bem. Mas, apesar dos avanços, deparamos com denúncias chocantes de comportamentos inaceitáveis por parte de pessoas que se valem de suas posições hierárquicas para oprimir outras. 

Escrito por
Delania Santosds@delaniasantos.com
16 de Maio de 2025 – 13:50

Legenda: Assédio moral é uma prática sistemática de humilhação, desqualificação e controle
Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o debate sobre assédio no ambiente de trabalho ganhou mais visibilidade, e ainda bem. Mas, apesar dos avanços, deparamos com denúncias chocantes de comportamentos inaceitáveis por parte de pessoas que se valem de suas posições hierárquicas para oprimir outras.

Vale a pena discutirmos sobre como identificar situações que configuram um assédio sexual ou moral no ambiente de trabalho, e este texto tem esse propósito.

Muitos profissionais têm dúvidas sobre o que, de fato, pode ser considerado assédio sexual ou moral, especialmente quando parte da liderança, que é uma posição que, supostamente, deveria inspirar confiança e segurança psicológica.

 

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A dúvida é legítima: nem todo constrangimento é assédio, mas todo assédio é uma forma de violência. E quando o autor é seu ‘chefe’, o impacto costuma ser ainda mais devastador porque a relação de poder sufoca a reação e silencia a denúncia.

Assédio sexual não é só toque físico

Comentários com conotação sexual, insinuações, convites persistentes para encontros, apelidos inapropriados ou perguntas íntimas são exemplos claros.

Se essas ações ocorrem sem consentimento, colocam o colaborador em situação de desconforto ou de ameaça (explícita ou velada), pressionam ou objetificam quase sempre em contextos nos quais o “não” não pode ser dito livremente, trata-se de assédio.

Cabe ao empregador impedir o abuso de poder nas relações de trabalho e tomar medidas para impedir tais práticas.

O assédio pode ser por chantagem e/ou por intimidação. O primeiro caracteriza-se quando a aceitação ou a negação de uma investida sexual é determinante para que a situação de trabalho da pessoa assediada seja alterada.

Por intimidação, envolve comportamentos que criem um ambiente hostil, intimidativo ou humilhante.

Falas comuns no assédio sexual:

  • “Se a gente saísse pra jantar, eu aprovaria o seu projeto mais rápido!”
  • “Você tem um corpo bonito demais pra ficar escondido nessa roupa.”
  • “Topa uma massagem? Tá tensa hoje?”

Comportamentos frequentes:

  • Olhares insistentes e invasivos.
  • Comentários sobre roupas, corpo ou vida íntima.
  • Convites persistentes para encontros fora do ambiente profissional.
  • Toques “acidentais” recorrentes, abraços forçados. Mão “boba”.
  • Piadas de duplo sentido com conotação sexual.

Mesmo quando vem disfarçada de elogio ou brincadeira, se a fala causa desconforto e se repete, é assédio. E quando a recusa traz prejuízo ou ameaça, o caso é ainda mais grave.

Assédio moral: quando a autoridade vira abuso

É uma prática sistemática de humilhação, desqualificação e controle. Evidencia-se por meio de gritos, humilhações públicas, sobrecarga proposital de trabalho, isolamento, críticas constantes sem fundamento, boicotes e ameaças recorrentes.

O assédio, que, muitas vezes, pode ser sutil, vai minando a autoestima e a saúde mental do colaborador.

Falas comuns no assédio moral:

  • “Você é burro ou só está fingindo que não entende?”
  • “Se não der conta, a porta da rua é a serventia da casa.”
  • “Você não serve pra liderar, mas vamos deixar você aí só pra constar.”
  • “Não quero saber, se vire. Se tiver que virar a noite, vire.”

Comportamentos frequentes:

  • Gritar ou constranger na frente da equipe.
  • Ignorar o colaborador em reuniões ou decisões.
  • Atribuir tarefas impossíveis com prazos abusivos.
  • Retirar funções ou sabotar entregas propositalmente.
  • Isolar socialmente ou incentivar que outros o façam.
  • Expor erros publicamente e ignorar acertos.

O assédio moral é cruel porque é silencioso! Muitas vezes é aceito como “estilo de liderança”. Mas nada justifica o desrespeito! Ter cargo de gestão não dá licença para humilhar.

“É o jeito dele(a)” não é justificativa.

Ambientes tóxicos não surgem do nada: eles são tolerados, ignorados ou até normalizados em nome da performance, ou da autoridade. A liderança tem poder e, com ele, a responsabilidade de criar um ambiente seguro.

E quando a vítima não pode sair?

Muitos ficam porque precisam do emprego. Por isso, é tão importante que empresas tenham canais confiáveis de denúncia, políticas claras de conduta e uma cultura ética que previna e não apenas reaja a essas situações.

Se você leu esse texto e pensou: “isso acontece comigo”, saiba que não está sozinho. Procure apoio jurídico, psicológico e, se possível, os canais de compliance da empresa. O silêncio, nesses casos, nunca protege a vítima; protege o agressor.

Alguns contatos de apoio: 
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
Acesse www.mulher.policiacivil.ce.gov.br– Contatos da Rede de Proteção à Mulher no Ceará

Nesta coluna, trarei reflexões sobre carreira, liderança, coaching e tendências que impactam o mundo do trabalho. Sua participação é muito bem-vinda! Deixe sua pergunta, comente este post ou envie uma mensagem pelo Instagram: @delaniasantosds. Aproveite para se inscrever no canal do YouTube: @delaniasantosds. Será um prazer ter você comigo nessa jornada. Até a próxima!

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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