Os movimentos nacionais entre as legendas vão mexer com a correlação de força no Estado
Escrito por
Inácio Aguiarinacio.aguiar@svm.com.br
16 de Maio de 2025 – 06:00
(Atualizado às 06:17)
Legenda: Os constantes movimentos nacionais e as indefinições sobre as chapas da eleição de 2026 agitam os bastidores
Foto: Imagem gerada a partir de inteligência artificial
As eleições 2026 no Ceará ainda estão distantes no calendário, mas os movimentos de bastidores começam a desenhar os contornos da disputa. Um deles, estratégico, tem agitado os bastidores da sucessão: as fusões partidárias e federações, conforme já detalhamos nesta Coluna.
A preocupação dos governistas gira em torno de um ativo importante nas campanhas majoritárias: o tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
Análise da divisão do tempo de propaganda disponibilizado pela Justiça Eleitoral mostra que, se concretizadas as articulações para a fusão entre PSDB e Podemos e a federação entre União Brasil e Progressistas, poderia haver uma mudança significativa entre base de Elmano e oposição.
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Como federações afetam a contagem do tempo de propaganda
Hoje, com o desenho partidário atual, a base do governo tem vantagem folgada na divisão tanto do bloco de propaganda quanto das inserções ao longo da programação:
Distribuição atual do tempo de TV – sem fusões
Base de Elmano
- FE Brasil (PT/PCdoB/PV): 1’29” | 6’13”
- Progressistas: 54″ | 3’46”
- MDB: 48″ | 3’24”
- PSD: 48″ | 3’24”
- Republicanos: 47″ | 3’19”
- Podemos: 23″ | 1’37”
- PSB: 19″ | 1’19”
Total: 5’28” (bloco) | 23’02” (inserções)
Oposição
- PL: 1’49” | 7’37”
- União Brasil: 1’06” | 4’39”
- PSDB/Cidadania: 23″ | 1’37”
- PDT: 22″ | 1’32”
Total: 3’40” (bloco) | 15’25” (inserções)
Nesse cenário, a vantagem é clara para a base do governo Elmano.
PSDB + Podemos e União Brasil + Progressistas podem mexer na balança
O alerta se acende quando as articulações ganham corpo e novas alianças se desenham. Se confirmadas as fusão PSDB e Podemos e a federação União Brasil e Progressistas, ambos partidos hoje na base de Elmano migram para o bloco da oposição — alterando drasticamente o cenário de exposição na mídia.
Distribuição projetada do tempo de TV – com fusões
Base de Elmano
- FE Brasil (PT/PCdoB/PV): 1’29” | 6’13”
- MDB: 48″ | 3’24”
- PSD: 48″ | 3’24”
- Republicanos: 47″ | 3’19”
- PSB: 19″ | 1’19”
Total: 4’11” (bloco) | 17’39” (inserções)
Oposição
- PL: 1’49” | 7’37”
- União Brasil + Progressistas: 2’00” (soma) | 8’25”
- PSDB + Podemos: 46″ | 3’14”
- PDT: 22″ | 1’32”
Total: 4’57” (bloco) | 20’48” (inserções)
A inversão é nítida: a base do governo perderia cerca de 1 minuto no tempo de bloco e mais de 5 minutos em inserções, o que justifica as conversas de bastidores sobre o assunto.
A conta que preocupa no Abolição
O sinal amarelo já chegou aos gabinetes do Palácio da Abolição. O risco de perder Progressistas e Podemos é real. E a lista pode crescer dependendo das articulações políticas nacionais, com as quais as lideranças locais têm pouco contato.
Além de fazer o dever de casa na Política, a base governista local depende do êxito das articulações do governo Lula para trazer o centro e o centrão para o campo progressista. Dura tarefa, portanto.
Para a somatória, a Coluna levou em conta apenas os principais aliados de ambos os lados. Há outros partidos com tempo disponível tas como Psol/Rede, Avante e Solidariedade.
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