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Açude Orós terá ‘véu de noiva’ fechado e fornecimento de água suspenso; saiba o motivo e o prazo

O Açude Orós, localizado na cidade cearense de mesmo nome, está sangrando desde 26 de abril de 2025, e a partir do dia 26 de maio, terá a válvula dispersora, responsável por formar o chamado "véu de noiva", e a turbina fechadas temporariamente. Isso irá suspender a liberação de água, por 15 dias, tanto para o abastecimento humano em cidades e distritos vizinhos quanto para a perenização do Rio Jaguaribe. O Orós é o segundo maior açude do Ceará e atingiu a capacidade máxima em 2025, após 14 anos. Mas por que isso irá acontecer e como ficará esse fornecimento?

Segundo maior reservatório do Ceará sangrou no fim de abril e agora passará por manutenção

Escrito por
Thatiany Nascimentoproducaodiario@svm.com.br
20 de Maio de 2025 – 07:00

Imagem do véu de noiva do açude Orós, uma grande quantidade de água jorrando
Legenda: O “véu de noiva”, uma flor de água que jorra de uma grande válvula lateral, foi construído na década de 1980 para transportar a água do Orós para agricultores e produções que estão mais distantes de suas margens
Foto: Ismael Soares

Açude Orós, localizado na cidade cearense de mesmo nome, está sangrando desde 26 de abril de 2025, e a partir do dia 26 de maio, terá a válvula dispersora, responsável por formar o chamado “véu de noiva”, e a turbina fechadas temporariamente. Isso irá suspender a liberação de água, por 15 dias, tanto para o abastecimento humano em cidades e distritos vizinhos quanto para a perenização do Rio Jaguaribe. O Orós é o segundo maior açude do Ceará e atingiu a capacidade máxima em 2025, após 14 anos. Mas por que isso irá acontecer e como ficará esse fornecimento?

A interrupção temporária do fornecimento de água ocorrerá devido a uma ação de reforma e modernização nas instalações do reservatório. Segundo o representante da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), o gerente regional da Bacia do Alto Jaguaribe, Welliton de Souza Ferreira, a ação será realizada pelo Governo Federal – responsável pelo Orós – através do Consórcio TSC Britânia.

 

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A execução dos serviços, conforme Welliton, demanda mergulho na comporta e com essa estrutura aberta há risco “da pessoa ser sugada”. Esse é um dos fatores que demanda a interrupção da liberação de água. Além disso, explica, está sendo avaliada a possibilidade de troca de válvulas por equipamentos mais novos.

Quando o serviço de modernização for executado, aponta, a barragem terá um certo grau de automação “com a possibilidade de ser acionada remotamente”, indica ele. O gerente também informa que em 2025, o Orós já passou por recuperação das paredes, limpeza e pintura do sangradouro.

O reservatório do Orós tem quatro “portas de saída” de água. E destas, duas serão afetadas com a interrupção desse fornecimento, segundo Welliton:

Serão afetados

  • Turbina – mecanismo acionado pela casa de máquinas que gera liberação de água em um canal para o Açude Feiticeiro no distrito de mesmo nome (em Icó);
  • Válvula – conhecida por formar o chamado “véu de noiva”, a válvula dispersora é operada para liberar água do reservatório para o Rio Jaguaribe e essa água é levada a outras cidades para abastecimento, como a sede do município de Jaguaribe. 

Não serão afetados

  • Sangradouro – área por onde a água passa quando o açude atinge a capacidade máxima de armazenamento e deságua no Rio Jaguaribe, assim como a água da válvula;
  • Sistema alternativo – liberação de água na área lateral do reservatório por meio de um túnel com envio de água para o açude Lima Campos (distrito de Icó) via gravidade.

População não será afetada, segundo Cogerh

Welliton detalha que no caso do distrito de Feiticeiro, o reservatório está com água acima de 30% e isso garante que a área não ficará desabastecida. Além disso, ele explica que no trajeto ainda há outras duas barragens (no caso, particulares) que ajudam as águas a chegar no distrito.

No caso da cidade de Jaguaribe, que recebe a água dispersa pela válvula do Orós, ele aponta que a barragem de Santana não tem grande suporte de armazenamento e por isso é necessário que o fluxo constante chegue pelo Rio Jaguaribe. Logo, foi preciso calcular bem o momento dessa interrupção de fluxo para que a população não seja afetada.

 

Vista do Açude Orós
Legenda: Açude Orós voltou a sangrar, em abril, após 14 anos
Foto: Ismael Soares

 

Nesse caso, a sangria do Orós, que seguirá jorrando água por outra saída, ajuda. “Como o açude está sangrando isso se complementa com a água que vem do Rio Salgado e se encontra no Icó, até a cidade de Jaguaribe. A ideia de ser agora é porque a gente aproveita a água do Rio Salgado com a que está sangrando. A sangria favorece a paralisação agora”, aponta.

Ele também afirma que se, nesta semana, a partir do dia 21, a água do Salgado baixar, o fluxo pela válvula do Orós irá aumentar (até o dia 26 de maio) justamente para garantir maior volume para as estruturas que irão manter essa água armazenada durante a interrupção do fornecimento.

 

A válvula dispersora do Orós, segundo Welliton, libera cerca de 700 litros por segundo e não para de operar durante o ano todo. “Às vezes, no primeiro semestre a gente diminui a vazão, no segundo semestre a gente libera mais água porque não tem as chuvas”, completa.

 

Mas a interrupção temporária da liberação das águas do Orós não afetará a população que deseja utilizar a área de sangria do açude para banho. “A sangria vai continuar e as pessoas podem continuar tomando banho. Só não terá válvula. E o volume na lâmina (no sangradouro) pode até aumentar. Até agora não passou de 5 centímetro, mas pode aumentar”, indica Welliton.

Isso porque, como haverá paralisação de liberação de água pela válvula, a retenção na barragem poderá aumentar a água no sangradouro.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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