Caso aconteceu em colégio particular de Quixadá. Menino de 9 anos levou 18 pontos e precisa usar placa estabilizadora com sete parafusos na perna

A pedagoga Mireia de Abreu Holanda, mãe do pequeno João Miguel Holanda Silveira, 9, passou por um grande susto por conta de uma queda que o filho sofreu em sala de aula. O acidente aconteceu em março no Colégio Amadeu Claudio Damasceno, em Quixadá, no Interior do Ceará. E, segundo a mãe, a instituição de ensino não deu nenhum apoio ao garoto após o ocorrido
Na terça-feira (20), após inúmeras tentativas de contato com a instituição de ensino, a mãe resolveu registrar um Boletim Ocorrência (B.O).
João Miguel sofreu duas fraturas na perna, uma na tíbia e outra na fíbula, passou por um procedimento cirúrgico, recebeu 18 pontos e está com uma placa estabilizadora com sete parafusos na perna.
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Conforme relato de Mireia, o acidente aconteceu após Miguel chegar à escola.
Um tempinho depois, recebo a ligação da coordenadora dizendo que ele tinha levado uma queda e que tava gritando muito. E que achava melhor a gente ir buscar. Liguei para o pai do meu filho e ele foi buscá-lo. Quando chegou lá, ele estava sentado na cadeira. Só tiraram ele do chão e não levaram ele para um hospital
Segundo o relato da mãe, na sala de aula, um colega deu um susto em Miguel, ele acabou se desequilibrando e caindo.
A mãe chegou a pedir imagens das câmeras de segurança à escola, mas elas não foram disponibilizadas à família porque estariam, segundo a instituição, sem funcionar. Ela apenas recebeu a informação de que, no momento da queda, Miguel estava sozinho com outro aluno dentro da sala, sem supervisão.
“A gente esperou todo esse tempo, né? Vai fazer, na verdade, três meses, esperando uma posição da escola. Eu tenho todas as conversas com a diretora, tudo que ia acontecendo com o meu filho, eu ia atualizando ela. Ela só visualizava minhas mensagens e não respondia”, declarou a mãe sobre a falta de apoio da escola.
Em nota enviada ao Diário do Nordeste, o Colégio Amadeu Claudio Damasceno declarou que prestou “todo o acompanhamento e suporte pedagógico decorrente das atividades necessárias à boa formação do aluno. Disponibilizamos nosso serviço psicológico ao menor. Levamos mensagens de apoio de colegas e professores. Por pura liberalidade e ato de solidariedade, ainda passamos a dispensar qualquer obrigação contratual decorrente das mensalidades em curso, considerando a ausência física do aluno em nosso meio durante a recuperação”.
Ainda em comunicado, a instituição de ensino afirmou que o acidente “não se deu por atrito entre alunos, por atividade externa promovida pelo colégio ou por eventual obra de infraestrutura que tenha facilitado o infortúnio. O próprio aluno admitiu que caiu sozinho e essa afirmação foi devidamente confirmada por vários outros meios” (leia na íntegra abaixo).
Criança passou por três hospitais
Inicialmente, Miguel foi levado para o Hospital Maternidade Jesus Maria José (HMJMJ) e fez exames de raio-x. Em seguida, em busca de maior atenção, a família levou o garoto ao Hospital Eudásio Barroso, onde foi aplicado gesso.
Após mais de um mês com a perna imobilizada, a mãe retornou com o filho ao traumatologista. “O médico disse que o osso dele estava regenerando, porém, ia ficar defeituoso. Tava juntando um ossinho, passando pelo outro, então a perninha dele ia ficar uma grande e outra pequena”.
Após os exames, o médico avaliou que o caso necessitava de procedimento cirúrgico por conta da gravidade, e a criança foi encaminhada para o Hospital Antônio Prudente, em Fortaleza.
A mãe segue, agora, buscando apoio financeiro da escola para arcar com as despesas médicas. Segundo ela, o advogado da família irá buscar ajuda junto ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).
Veja nota na íntegra de colégio:
“O CACD, instituição de ensino de larga tradição em nossa cidade, vem a público prestar esclarecimentos e restabelecer a verdade sobre versões e fatos que estão sendo recentemente distorcidos. Trata-se de um aluno nosso que, por infortúnio pessoal, sofreu uma súbita queda ao adentrar em sala de aula de nossas dependências.
Por questões legais e éticas, não será mencionado o nome do menor. Porém, esse fato, lamentável sob todos os aspectos, e principalmente por imprimir sofrimento a uma criança, constituiu um típico acidente e trouxe inevitável comoção a todos os que fazem esta instituição.
Infelizmente, publicações inverídicas, talvez movidas por sentimentos oportunistas ou orientações equivocadas, procuram manchar a honradez de nosso nome e de nossa trajetória de êxitos.
Nunca agimos com desprezo nem com indiferença. Pelo contrário, prestamos todo o acompanhamento e suporte pedagógico decorrente das atividades necessárias à boa formação do aluno. Disponibilizamos nosso serviço psicológico ao menor. Levamos mensagens de apoio de colegas e professores.
Por pura liberalidade e ato de solidariedade, ainda passamos a dispensar qualquer obrigação contratual decorrente das mensalidades em curso, considerando a ausência física do aluno em nosso meio durante a recuperação. Temos amplas provas dessas verdades que não deveriam ter sido omitidas por quem usa as redes sociais e a mídia em geral para tentar apenas expor e denegrir.
Por fim, esclarecemos que todas as nossas iniciativas derivam de sentimento humano, moral e educacional. Não decorrem de responsabilidade legal ou dever jurídico, pois o acidente não se deu por atrito entre alunos, por atividade externa promovida pelo colégio ou por eventual obra de infraestrutura que tenha facilitado o infortúnio.
O próprio aluno admitiu que caiu sozinho e essa afirmação foi devidamente confirmada por vários outros meios. Nenhum colégio atua como “garantidor universal” e um fato causado por acidente ou infelicidade do aluno não pode ser transformado em um possível meio para se auferir vantagem de qualquer natureza, especialmente pecuniária. Por amor à verdade e combate à má-fé, rogamos a DEUS pela mais rápida recuperação desse excelente aluno“.
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