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Pecnordeste: De onde vem a força da agropecuária do Ceará

De hoje, quinta-feira, 5, até sábado, 7, o Centro de Eventos do Ceará abrigará a Pecnordeste – maior feira indoor (em ambiente fechado) da agropecuária brasileira.

Havia 20 anos, o agro cearense era insignificante. Hoje, responde por 20% do PIB, se incluída a agroindústria. E tem musculatura política

Escrito por
Egídio Serpaegidio.serpa@svm.com.br
05 de Junho de 2025 – 06:10

(Atualizado às 07:14)
Legenda: A Pecnordeste de 2024 foi visitada por 60 mil pessoas. Neste 2025, são esperados 100 mil visitantes.
Foto: Divulgação

De hoje, quinta-feira, 5, até sábado, 7, o Centro de Eventos do Ceará abrigará a Pecnordeste – maior feira indoor (em ambiente fechado) da agropecuária brasileira.

Ela será, simultaneamente, um acontecimento político – o governador do estado, Elmano de Freitas, presidirá a cerimônia de abertura; econômico – grandes empresas nacionais e estrangeiras exporão seus equipamentos e máquinas em 1.400 estandes; social – são esperados 100 mil visitantes ao longo dos três dias; cultural – haverá uma Feira dos Municípios que mostrará, também, manifestações artísticas; e corporativo – a agricultura e a indústria estarão juntas outra vez para exibir a força e a importância da livre iniciativa, do livre mercado.

E será, também, um evento de transmissão do melhor conhecimento sobre os últimos avanços da tecnologia e da inovação voltados para a atividade rural.

O que mais impressionará na Pecnordeste 2025, para além da grandiosidade dos seus números, será a presença de cerca de 15 mil produtores rurais cearenses inscritos – via internet – nas dezenas de cursos técnicos e científicos que serão ministrados, diariamente, de hoje a sábado, de 8 às 12 horas e de 14 às 18 horas.

Quem produz e trabalha no campo já entendeu que, sem o permanente aprendizado, será difícil concorrer com o vizinho que investe no conhecimento e o utiliza na melhoria da produção e da comercialização dos seus produtos. A moderna agricultura começa a castigar quem não sabe fazer mais com menos – ou seja, ela premia quem busca a melhor produtividade.

Até chegar às dimensões a que chegou hoje, a Pecnordeste, nos últimos três anos, desde a posse da atual diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), buscou no exterior, nas grandes feiras das cadeias produtivas do agro na Alemanha (a Fruit Logistica) e na Espanha (a Fruit Attraction), as boas pistas e as boas experiências sobre a organização de um evento desse porte. O investimento deu resultado mais rapidamente do que se imaginou.

Dos pouco mais de 400 estandes comercializados na Pecnordeste de 2023 para os mais de 1.100 do ano passado e para os 1.400 deste ano, dois fatos aconteceram:

1) a agricultura empresarial cearense cresceu, ganhou importância, tornou-se forte do ponto de vista econômico, social e político, e, rápida no gatilho, a indústria – que transformar e agrega valor ao que o campo produz – aliou-se a ela; e

2) o governo estadual observou esse crescimento e, também rapidamente, chegou junto: por decisão do governador Elmano de Freitas, foram reduzidas quase a zero algumas burocracias que atrasavam, por exemplo, projetos de pequenos carcinicultores.

Consequência: hoje, o Ceará consolidou-se como o maior criador de camarão do país, uma atividade de rápido e garantido retorno à qual aderiram centenas de antigos agricultores. A carcinicultura é só um bom exemplo do que se passou e se passa – desde o ano de 2002 – no setor primário da economia cearense.

Outro detalhe que deve ser citado a respeito da evolução registrada nos últimos 20 anos na agropecuária do Ceará: seus principais empresários, que são cerca de 30, organizaram-se e, deixando de lado as questões individuais, elegeram o interesse coletivo como foco de sua ação política.

O que há 20 anos simplesmente não existia é hoje um núcleo corporativo relevante, e quem duvida disto faça uma consulta ao presidente da Federação das Indústrias (Fiec), Ricardo Cavalcante, que não esconde seu entusiasmo com o desenvolvimento do agro e com o êxito da Pecnordeste. Cavalcante tem, pessoalmente, prestigiado os grandes eventos da Faec, cujo presidente, Amílcar Silveira, o considera a maior liderança empresarial do estado.

Depois de tantas linhas sobre o agro cearense e sobre sua grande feira, a Pecnordeste, que se abre hoje, fica a pergunta: o que seria da economia agrícola do Ceará se sua pluviometria – um evento 100% dependente da natureza – fosse favorável, ou seja, se anualmente as chuvas chegassem na hora certa, no espaço certo, fazendo correr os rios e recarregando os açudes?

Mas a tecnologia está aí para garantir a água do Projeto São Francisco de Integração de Bacias, cujo Canal Norte terá sua vazão dobrada para 50 m³ por segundo graças à duplicação de suas três Estações Elevatórias em Salgueiro (PE). Essa água abastecerá as cidades e garantirá as atividades econômicas – a irrigação, principalmente – na região do Baixo Jaguaribe.

LIVRO SOBRE LUIZ GIRÃO SERÁ LANÇADO HOJE

Às 16 horas de hoje, na Pecnordeste, no Centro de Eventos do Ceará, será lançado o livro “Luiz Prata Girão – a força do sertão”, de autoria do professor, escritor e consultor de empresas Francílio Dourado Filho.

Em 125 páginas de texto e mais 28 de ilustrações fotográficas, o livro conta a história de Luiz Girão, fundador da Lacticínios Betânia, que hoje é a Alvoar Lácteos, fruto da fusão da empresa cearense com a mineira Embaré.

Estarão presentes ao lançamento do livro os mais destacados empresários da agropecuária cearense, que aproveitarão para prestar a Luiz Girão uma justa homenagem por tudo o que fez e está fazendo pelo setor. Ele é um dos maiores pecuaristas do Ceará, produzindo cerca de 25 mil litros de leite/dia em sua Fazenda Flor da Serra, na Chapada do Apodi.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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