Um caso inusitado de renúncia de mandato parlamentar foi registrado, nessa terça-feira (17), na cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais: o vereador Gato da Corrida (União Brasil) renunciou ao mandato após admitir que batizou a água de um colega parlamentar, durante uma sessão na Casa, com laxante, substância que provoca diarreia, a popular caganeira.
Alvo da manobra de Gato da Corrida, o vereador Benedito Raimundo Ribeiro (PL), conhecido como Dito Pistola, denunciou que sua água estava “batizada. O episódio foi registrado no dia 20 de maio de 2025. Dito usou a tribuna para denunciar a suspeição e acionar a Polícia Militar, que enviou uma viatura para o plenário e apreendeu o copo de água.
Com as investigações e sindicância interna e, diante da repercussão e suspeições, cinco dias depois, Gato da Corrida admitiu ter colocado laxante na água do colega, publicou um vídeo nas redes sociais e, sem esconder o arrependimento, disse que queria abrir o jogo, falar a verdade, pois tinha errado.
No vídeo, Gato da Corrida justifica que agiu com o sentimento de raiva, impulso, perseguições e deboches.
Ao entregar o documento sobre a renúncia ao mandato, Gato cita que não encontrou segurança jurídica na Câmara da cidade, acusa a Comissão de Ética, à frente da investigação do caso, de ter praticado um “verdadeiro show midiático, com absoluto desrespeito ao devido processo legal”, e ainda cita ausência de perícia, da entrega de imagens para sua defesa.
Ao final do texto, Gato agradece aos eleitores pelo mandato conquistado nas ruas e cita que a ausência de segurança jurídica na Câmara é o único motivo para sua renúncia, pois isso, segundo ele, agravará suas condições de saúde no momento.
Os advogados de Gato da Corrida criticaram a ausência de perícia na água, de perícia nas imagens de câmeras de segurança e da entrega das imagens para que o vereador pudesse construir sua defesa. Citam, ainda, de acordo com reportagem do Correio Braziliene, que o vereador teria colocado açúcar na água (e não laxante), que gravou o vídeo onde confessava, por desespero e receio que terceiros fossem acusados, e que ele teria colocado o ‘açúcar’ orientado por seus guias espirituais.
Adcionar comentário