As ações criminosas teriam prejudicado apurações contra juízes e advogados do Tocantins

Eduardo Siqueira Campos, o prefeito de Palmas (TO), foi alvo de um mandado de prisão preventiva da Polícia Federal, nesta sexta-feira (27). A ação fez parte de mais uma fase da operação “Sisamnes”, que apura um suposto esquema de vazamento e venda de decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ), entre outros tribunais.
Ao todo, a PF cumpre seis mandados. Além de Campos, são alvos de prisão um advogado e um policial. Três diligências são de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Segundo as investigações, a “organização criminosa é responsável pelo vazamento sistemático de informações sigilosas, oriundas de investigações em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com impacto direto sobre operações da Polícia Federal”, disse a corporação, em nota.
Os vazamentos teriam prejudicado apurações contra juízes e advogados do Tocantins. “A apuração revelou indícios de que informações confidenciais estariam sendo antecipadamente acessadas, articuladas e repassadas a investigados, com o envolvimento de agentes públicos, advogados e operadores externos”, acrescentou a PF.
Quem é Eduardo Siqueira Campos?
Ele é filho de José Wilson Siqueira Campos — ex-governador do Tocantins — e dona Aureny Siqueira Campos. Ele nasceu no dia 4 de março de 1959, em Campinas (SP).
Com a família, mudou-se para Colinas de Goiás, hoje Colinas do Tocantins. Eduardo Siqueira é educador, formado em pedagogia, e empresário do ramo de comunicação.
José Wilson Siqueira Campos é casado com Polyanna Marques e pai de sete filhos. Foi deputado federal, primeiro prefeito eleito de Palmas, senador da República, secretário de estado e deputado estadual.
Redes de influência

Conforme informações da PF sobre a operação “Sisamnes”, o grupo o qual o prefeito é suspeito de participar, utilizava “dados sensíveis para proteger aliados, frustrar ações policiais e construir redes de influência”.
A prisão preventiva de Campos já havia sido pedida pela PF em fase anterior da operação Sisamnes, em maio, mas havia sido negada por Zanin, que, na ocasião, autorizou apenas buscas em endereços ligados ao prefeito, como na prefeitura de Palmas e em sua casa. O telefone celular do político foi então apreendido pelas autoridades policiais.
A Agência Brasil tenta contato com a defesa do prefeito. Na fase anterior da Sisamnes, Campos deu entrevista na qual negou ter vazado qualquer informação sigilosa sobre investigações no STJ. “Eu só sei o que dizem por aí. Eu não tenho nenhuma informação privilegiada. Estou aqui para responder em relação a suposto vazamento de informação perante o STJ. Eu não tenho fonte no STJ, não é meu papel”, afirmou o prefeito, em maio.
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