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Influenza é a ‘maior preocupação’ entre vírus respiratórios no Brasil, alerta ministro da Saúde

A baixa procura por vacinação contra a gripe tem elevado não apenas os casos graves, mas a preocupação do Ministério da Saúde (MS) sobre o vírus da influenza – que é, hoje, o mais importante entre os agentes respiratórios que circulam no País, de acordo com o ministro Alexandre Padilha.

Três em cada quatro mortes por síndromes respiratórias no País foram causadas pelo vírus da influenza, conforme a Fiocruz

Escrito por
Theyse Vianatheyse.viana@svm.com.br
05 de Julho de 2025 – 07:00

A imagem mostra um profissional de saúde, de lado e usando máscara, preparando uma injeção para a vacinação contra a gripe. Ao fundo, um banner branco com a inscrição CAMPANHA DE VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE e a imagem de um boneco sorridente, o Zé Gotinha.
Legenda: Vacinação contra influenza é a principal forma de prevenir casos graves e óbitos por gripe
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A baixa procura por vacinação contra a gripe tem elevado não apenas os casos graves, mas a preocupação do Ministério da Saúde (MS) sobre o vírus da influenza – que é, hoje, o mais importante entre os agentes respiratórios que circulam no País, de acordo com o ministro Alexandre Padilha.

Em entrevista à Verdinha FM 92.5 e à TV Diário, nesta sexta-feira (4), Padilha comentou sobre a chegada de uma nova variante do coronavírus ao Ceará, a XFG, mas descartou que a Covid seja um grande problema agora.

“Neste momento, a grande preocupação das doenças respiratórias que temos no Brasil e no mundo é o vírus da influenza. Ele é que está causando o maior número de hospitalizações e óbitos”, avalia o médico e ministro da Saúde, reforçando a necessidade de busca por vacinação.

 

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O gestor alerta que mesmo com ampliação do público-alvo para imunização contra a influenza, que pode ser aplicada em qualquer pessoa com mais de 6 meses de vida, a procura pela dose anual ainda está baixa.

“No dia 10 de maio deste ano, fizemos um grande Dia D nacional de vacinação contra a gripe. Vacinamos, no dia, três vezes mais do que o que se vacina diariamente. Mesmo assim, depois disso, as pessoas não foram se vacinar”, lamenta Padilha, reforçando que “a vacina disponível protege contra três tipos” da doença.

Existem quatro tipos de vírus influenza, popularmente chamada de gripe: A, B, C e D (este não afeta humanos). Os vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais.

  • Influenza A: tem vários subtipos (como H1N1 e H3N2) e é encontrado em várias espécies de animais além dos seres humanos, como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves.
  • Influenza B: infecta exclusivamente os seres humanos, com duas principais linhagens (B/Yamagata e B/Victoria). Os vírus da gripe B não são classificados em subtipos.
  • Influenza C: afeta humanos e suínos. É detectado com muito menos frequência e geralmente causa infecções leves, com menos impacto à saúde pública.

Casos e mortes por influenza

 

A imagem mostra o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, usando óculos e camisa branca, falando e gesticulando com as mãos. Na camisa, há o logo do Governo Federal e do SUS.
Legenda: Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforça importância da vacinação contra a gripe, em entrevista ao Diário do Nordeste
Foto: Thiago Gadelha

 

Desde março, os casos de influenza subiram no Ceará. De acordo com boletim da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), atualizado nesta sexta-feira (4), “a circulação do vírus atingiu, na Semana Epidemiológica 20 (11 a 17 de maio), 20,3% de positividade“, maior taxa desde junho do ano passado.

Das notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado – ou seja, somente casos que se agravaram e foram testados – nas últimas quatro semanas, aponta a Sesa, 6,9% foram por influenza. Fortaleza, Pedra Branca e Sobral lideram, com 63, 26 e 20 casos, respectivamente.

Em 2025, foram confirmados 688 casos de SRAG por Influenza no Estado. Os idosos com 70 anos ou mais foram a faixa etária mais atingida, com quase 28% dos casos, seguidos pelas crianças de 1 a 4 anos, que responderam por 17,2% das infecções graves.

 

75,4%
das mortes por SRAG no Brasil foram causadas por influenzas A e B, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

 

O boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (3/7), mostra que o número de casos de SRAG por vírus como influenza, coronavírus e sincicial respiratório (VSR) continua elevado em todo o País.

O Ceará está entre os 20 estados com incidência de SRAG “em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo”, conforme a Fiocruz.

No País, a gripe responde por 34,5% dos testes positivos de brasileiros entre todos os agentes respiratórios, ultrapassada apenas pelo VSR (47,7%). Entre os óbitos, contudo, o influenza lidera: 74,1% deles foram por influenza A e 1,3% por influenza B.

Sintomas da influenza (gripe)

O Ministério da Saúde lista os principais sinais e sintomas da gripe, seja por influenza A ou outros subtipos.

  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Dor de garganta;
  • Tosse;
  • Dor no corpo.

Em crianças, a febre pode ser mais alta, “sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais (na garganta) e quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais”. Em adultos e idosos, o quadro varia de intensidade.

Outros sinais que podem aparecer de forma súbita, segundo o MS, são:

  • Calafrios;
  • Dores nas juntas;
  • Secreção nasal excessiva;
  • Prostração;
  • Diarreia;
  • Vômito;
  • Rouquidão;
  • Fadiga;
  • Olhos avermelhados ou lacrimejantes.

O órgão de saúde alerta que “alguns casos podem evoluir com complicações, especialmente em pessoas com doença crônica, idosos e crianças menores de 2 anos”. As mais comuns são:

  • Pneumonia bacteriana e por outros vírus;
  • Sinusite;
  • Otite;
  • Desidratação;
  • Piora das doenças crônicas;
  • Pneumonia primária por influenza, que ocorre predominantemente em pessoas com doenças cardiovasculares (especialmente doença reumática com estenose mitral) ou em mulheres grávidas.

Como tratar a influenza

A principal forma de prevenção da influenza é a vacinação. Mas, caso haja infecção, é preciso seguir medidas já conhecidas de etiqueta sanitária, como lavar as mãos, usar máscara e manter distanciamento.

De acordo com o Protocolo de Tratamento de Influenza 2017, do Ministério da Saúde, o uso do antiviral Fosfato de Oseltamivir é indicado para todos os casos de SRAG e síndrome gripal (SG) com condições ou fatores de risco para complicações.

“O início do tratamento deve ocorrer preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas”, alerta o Ministério da Saúde. A automedicação é totalmente contraindicada.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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