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Emprego no Ceará: faltam operários na obra da Transnordestina

Esta coluna tem divulgado nos últimos dias opiniões de empresários cearense de diferentes setores da atividade econômica, os quais reclamam da carência de mão de obra, especializada ou não, no mercado de trabalho de Fortaleza e do interior do estado. Eles apontam como culpada a política social do governo federal, principalmente o programa Bolsa Família, que é uma importante e interessante injeção de renda na veia do trabalhador. Trata-se de uma ideia muito feliz do ex-senador e ex-deputado Eduardo Suplicy, transformada em Lei e difundido por todo o país nos dias de hoje. 

Quem o diz é a Marquise Infraestrutura, que executa as obras da ferrovia. No Perímetro Irrigado do Baixo Acaraú, também falta mão de obra.

Escrito por
Egídio Serpaegidio.serpa@svm.com.br
15 de Julho de 2025 – 06:13

(Atualizado às 06:22)
Legenda: Na construção da Ferrovia Transnordestina (foto), falta mão de obra, informa a empresa construtora, a Marquise Infraestrutura
Foto: Kid Júnior / SVM

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Esta coluna tem divulgado nos últimos dias opiniões de empresários cearense de diferentes setores da atividade econômica, os quais reclamam da carência de mão de obra, especializada ou não, no mercado de trabalho de Fortaleza e do interior do estado. Eles apontam como culpada a política social do governo federal, principalmente o programa Bolsa Família, que é uma importante e interessante injeção de renda na veia do trabalhador. Trata-se de uma ideia muito feliz do ex-senador e ex-deputado Eduardo Suplicy, transformada em Lei e difundido por todo o país nos dias de hoje.

Criado em 2003, no primeiro governo Lula e voltado para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, o programa impõe algumas condições. Por exemplo: o beneficiário tem de manter crianças e adolescentes na escola; tem de manter acompanhamento pré-natal, no caso de gestantes; e tem de manter atualizadas as carteiras de vacinação.

Para inscrever-se no programa, a renda total da família, por pessoa, deve ser de até R$ 218. Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (PR), em junho passado, havia 20,49 milhões de famílias inscritas no Bolsa Família para as quais o repasse médio mensal é de R$ 666, o que equivale ao repasse anual de R$ 13,64 bilhões.

Além do Bolsa Família, a política social do governo também concede o Auxílio Gás, voltado para pessoas em situação de maior vulnerabilidade social no grupo de beneficiários, de acordo com o que está no site da Secom da PR. Em junho que passou, 5,3 milhões de famílias receberam o adicional de R$ 108 referente ao valor integral de um botijão de 13 quilos de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o que representou um investimento anual de R$ 579 milhões.

Outro programa é o designado Primeira Infância, que no recente mês de junho beneficiou 8,7 milhões de crianças de zero a seis anos. O adicional de R$ 150 foi repassado a cada integrante do núcleo familiar dos beneficiários nessa faixa etária, representando um investimento de R$ 1,23 bilhão/ano, como informa a Secom.

O Brasil criou e mantém algumas das melhores políticas sociais do mundo e os acima citados são exemplos. Mas seus idealizadores esqueceram de criar o que pode ser chamado de porta de saída. E esse olvido é a principal causa da falta de mão de obra de que se ressentem no Ceará a indústria, o comércio, o serviço e, também, a agropecuária.

Eis aqui mais dois depoimentos importantes sobre essa carência de material humano nas atividades da economia do Ceará:

Osterno Júnior, industrial moveleiro, com fábrica na cidade de Marco, no Norte do Ceará, mandou ontem para esta coluna uma mensagem que, mais uma vez, prova o que aqui tem sido dito e repetido: há falta de gente para, por meio do emprego formal, tocar a atividade econômica. Osterno escreveu o seguinte:

“Este problema (da falta de pessoal) é geral e muito grave. Na nossa região, precisamos de pelo menos 300 colaboradores. Já estamos trazendo gente de outros municípios e procurando os prefeitos para nos ajudar no transporte. Um dos prefeitos já topou. No perímetro irrigado do Baixo Acaraú, a falta de mão de obra pode inviabilizar a produção de acerola orgânica.”

Por sua vez, o engenheiro e empresário José Carlos Pontes, sócio e presidente financeiro do Grupo Marquise, uma das maiores organizações corporativas do Ceará, que tem entre suas empresas a Marquise Infraestrutura, executora das obras de construção de toda a ferrovia Transnordestina na geografia cearense, transmitiu, verbalmente, à coluna a seguinte informação:

“Para corroborar com o que o Otacílio (Valente, sócio e CEO da Construtora Colmeia, uma das maiores da construção civil do estado) disse na sua coluna de segunda-feira, 14, com relação à falta de mão de obra para as várias atividades da economia do Ceará, eu informo que, neste momento, estamos com um problema seríssimo de falta de gente na Transnordestina.

“No interior do Ceará, que sempre foi farto em mão de obra, agora as pessoas se apresentam no nosso canteiro de obras, mas só querem trabalhar sem carteira assinada. Não podemos admitir um operário, um técnico, um engenheiro, qualquer pessoa, sem carteira assinada. Se o fizéssemos, estaríamos ferindo a Lei. Aí, eles vão embora, preferem ficar sem trabalhar”, disse José Carlos Pontes no seu áudio para a coluna. Ele prosseguiu:

“O Otacílio está totalmente certo no que ele disse à sua coluna. Nós estamos, hoje, enfrentando esse mesmo problema. O governo tem de estar alerta, pois o programa (Bolsa Família) não pode durar a vida toda, tem de ter uma porta de saída. Alguém já disse, e acho que foi o ex-presidente dos EUA, Barak Obama, que o sucesso de um programa (social) deve ser medido pelo número de pessoas que saem dele e não dos que entram.”

Esta é a consequência da inexistência da “porta de saída” dos programas sociais do governo brasileiro. Na verdade, ela existe, está na Lei que os criou, mas, infelizmente, não foi implementada. Assim, quem está no Bolsa Família e ainda recebe o vale gás e o benefício do Primeira Infância vai seguindo nele, acostumando-se à remunerada ociosidade e desacostumando-se ao trabalho.

O número de beneficiários aumenta, a despesa do governo, também, o que repercute direta e imediatamente nas já muito desarranjadas contas públicas, deficitárias desde 2014.

Quando Ricard Pereira, da indústria metalúrgica; Otacílio Valente, da indústria da construção civil; Carlos Maia, do setor de logística de transporte e de operações portuárias; Osterno Júnior, da moderna e exportadora indústria de móveis do Ceará; e José Carlos Pontes, do Grupo Marquise, erguem a voz para pedir socorro pela falta de mão de obra, é porque o problema existe e não se restringe a um segmento apenas da economia, mas se amplia a outras áreas.

Este é um estorvo que se reflete, como aqui foi dito ontem, no bilionário déficit da Previdência Social: hoje há menos gente contribuindo e mais gente recebendo proventos de aposentadorias e pensões.

A conta não fecha e explodirá mais cedo do que se imagina.

ITOGRASS IABRE CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO EM FORTALEZA 

Referência nacional em produção de grama natural, a empresa Itograss inaugurou ontem, segunda-feira, 14, seu primeiro Centro de Distribuição na região Nordeste. Localizada no bairro de Coaçú, em Fortaleza, a nova unidade tem como principal objetivo a melhoria contínua do atendimento aos parceiros e clientes locais, oferecendo agilidade na entrega e excelência nos produtos.

É essa empresa que fornece a grama do estádio Castelão.

Segundo Gian de Sordi, diretor comercial da Itograss, a iniciativa de instakar um Centro Distribuição aqui é um passo estratégico para fortalecer a presença da marca na região nordestina.

“A implantação do primeiro Centro de Distribuição da empresa no Nordeste permitirá otimizar a logística e tornar o acesso à nossa grama ainda mais rápido e eficiente”, como disse Sordi.

Com essa inauguração, a Itograss reforça seu compromisso de estar cada mais próxima dos seus mercados, impulsionando o desenvolvimento de projetos paisagísticos e esportivos em todo o Brasil.

A Itaugrass anuncia que, depois de produzir grama no município de Pentecoste, passará a fazê-lo em Limoeiro do Norte.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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