Notícias

Bombardeio atinge igreja católica em Gaza e deixa mortos e feridos; papa Leão XIV pede cessar-fogo

Duas pessoas morreram e várias ficaram feridas, incluindo o pároco argentino Gabriel Romanelli, em um bombardeio israelense que atingiu a única igreja católica da Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pelo Patriarcado Latino de Jerusalém e a Defesa Civil, nesta quinta-feira (17).

Entre os feridos está o pároco argentino Gabriel Romanelli

Escrito por
17 de Julho de 2025 – 10:17

fachada de igreja católica alvo de bombardeio na faixa de gaza
Legenda: O bombardeio israelense atingiu a única igreja católica da Faixa de Gaza
Foto: OMAR AL-QATTAA / AFP

Duas pessoas morreram e várias ficaram feridas, incluindo o pároco argentino Gabriel Romanelli, em um bombardeio israelense que atingiu a única igreja católica da Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pelo Patriarcado Latino de Jerusalém e a Defesa Civil, nesta quinta-feira (17).

“Rezamos pelo descanso de suas almas e pelo fim desta guerra bárbara. Nada pode justificar o ataque a civis inocentes”, disse o Patriarcado após o ataque, que danificou o edifício.

O pároco Gabriel Romanelli conversava regularmente com o papa Francisco à noite, após o início da guerra entre Hamas e Israel, em outubro de 2023.

Fotógrafos da AFP relataram que os feridos foram atendidos no hospital Al Ahli, conhecido como Bautista, na Cidade de Gaza, onde Romanelli também está recebendo cuidados médicos após um ferimento na perna.

O porta-voz da agência de Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal, confirmou os dois mortos.

 

Veja também

 

Israel manifesta tristeza

Israel manifestou sua “profunda tristeza com os danos à igreja da Sagrada Família em Gaza e por quaisquer vítimas civis”, adicionando que seu exército está investigando o ocorrido.

“Israel nunca ataca igrejas ou locais de culto, e lamenta qualquer dano a instalações religiosas ou a civis não envolvidos” nos confrontos, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores em sua conta no X.

Papa Leão XIV pede cessar-fogo

O papa Leão XIV declarou estar “profundamente triste” com o ataque, mas se absteve de mencionar Israel. “Sua Santidade reitera seu apelo por um cessar-fogo imediato”, indicou a Santa Sé no comunicado assinado pelo “número dois” do Vaticano, o cardeal italiano Pietro Parolin.

A população de Gaza é majoritariamente muçulmana, com apenas mil cristãos, a maioria deles ortodoxos, e, segundo o Patriarcado Latino de Jerusalém, o território palestino conta com 135 católicos. Desde o início da guerra, membros da comunidade católica se abrigam no templo, assim como alguns cristãos ortodoxos.

Mais cedo, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, atribuiu o ocorrido aos militares israelenses, declarando que “os ataques contra a população civil realizados por Israel há meses são inaceitáveis”.

O chanceler italiano, Antonio Tajani, pediu “esclarecimentos” a seu contraparte israelense, Gideon Saar, em um telefonema.

O monsenhor Pascal Gollnisch, diretor da organização de caridade católica L’Oeuvre d’Orient, que se concentra nos cristãos do Oriente Médio, também condenou um ataque “totalmente inaceitável por muitas razões”.

“Estamos falando de uma igreja católica conhecida por sua atitude pacífica (…) de pessoas a serviço da população local. Não havia nenhum alvo estratégico, não havia jihadistas naquela igreja. Havia famílias, havia civis, isso é totalmente inaceitável e condenamos veementemente a atitude de Israel”, acrescentou.

Nesta quinta-feira, a agência de Defesa Civil de Gaza informou que pelo menos 20 pessoas morreram em outros ataques israelenses em vários pontos do território palestino.

Guerra entre Hamas e Israel

A guerra eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando combatentes do movimento islamista Hamas realizaram um grande ataque surpresa no sul de Israel.

Naquele dia, o grupo matou 1.219 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais.

Os milicianos também sequestraram 251 pessoas, 49 das quais ainda são mantidas em Gaza, incluindo 27 que estariam mortas, segundo o Exército israelense.

Em resposta, as forças de segurança de Israel lançaram uma ofensiva em Gaza que matou pelo menos 58.500 palestinos, majoritariamente civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território, considerados confiáveis pela ONU.

Avatar

Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

Adcionar comentário

Clique aqui para postar um comentário