O cirurgião Davis Barbosa fala sobre as particularidades que fazem esses procedimentos serem mais buscados pelos brasileiros.

O Brasil é o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, de acordo com relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), divulgado recentemente. No total, foram mais de 2 milhões de procedimentos cirúrgicos realizados em 2024. O relatório foi divulgado no Congresso Mundial da Olimpíada da ISAPS e mostrou que, no mundo, mais de 17,4 milhões de procedimentos cirúrgicos e mais de 20,5 milhões não cirúrgicos foram realizados no ano passado.
De acordo com o cirurgião plástico Davis Barbosa, a grande procura por plásticas no Brasil tem vários motivos. “Entre eles, devemos considerar que o Brasil é um país de clima tropical, o que exige roupas mais leves e uma exposição natural do contorno corporal, resultando em uma busca constante por bem estar e por se sentir confortável com o próprio corpo. Além disso, as redes sociais amplificaram e disseminaram esta exposição pública, gerando mais desejo pela beleza. Por fim, um aumento do poder econômico e um barateamento dos procedimentos permitiram acesso às cirurgias plásticas por grande parte da população”, explica o médico.

Davis Barbosa, cirurgião plástico
Segundo o documento, a cirurgia mais realizada no Brasil é a lipoaspiração, representando 12,3% (289.766) do total de procedimentos. Em seguida, aparece o aumento das mamas (9,9%, 232.593), cirurgia de pálpebras (9,8%, 231.293), abdominoplastia (8,2%, 192.961) e aumento dos glúteos (7,1%, 168.272). A preferência pela lipoaspiração também é explicada pelo especialista. “O acúmulo de gordura localizada é frequente. Mesmo pessoas com hábitos saudáveis tem aquela ‘pochete’, papada ou culotes que incomodam. A segurança e praticidade da lipoaspiração, assim como o retorno mais precoce às atividades do dia-a-dia, geraram este desejo por grande parte das pessoas, tanto mulheres quanto homens. Os resultados mais buscados atualmente são, além da diminuição de gorduras localizadas, o desenho dos contornos musculares do abdome e costas e definição da região glútea através da lipo HD e lipoescultura” detalha Davis.
O país também aparece em segundo lugar entre os procedimentos não cirúrgicos, perdendo apenas para os Estados Unidos. A mais comum é a toxina botulínica (45,7%, 351.488). Em relação a isso, o cirurgião faz um alerta. “Nossa principal preocupação é com o uso de substâncias ‘mágicas’. Alguns profissionais de saúde, médicos ou não, oferecem aplicação de substâncias, principalmente na região glútea, com resultados maravilhosos, previsíveis, duradouros e seguros, ou procedimentos secretos que eles mesmos estudaram e descobriram. A maioria destes tratamentos é ineficaz e muitos deles apresentam risco à saúde. Você sempre deve desconfiar de um procedimento exclusivo e que ninguém mais sabe fazer. Isso não existe”, ressalta o médico.
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