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Inflação Invisível no Ceará: o custo de receber menos e pagar mais

Porque estamos gastando mais e levando menos – e como se proteger disso com inteligência financeira. Este questionamento se faz essencial nos dias de hoje, onde nosso dinheiro é tão contado e com valor diferente a cada dia.

Escrito por
Ana Alvesanimaconsultoria@yahoo.com.br
29 de Julho de 2025 – 07:00

Legenda: Redução das embalagens de alimentos, sem diminuição dos preços, corroeu poder de compra dos brasileiros
Foto: Fabiane de Paula

Porque estamos gastando mais e levando menos – e como se proteger disso com inteligência financeira. Este questionamento se faz essencial nos dias de hoje, onde nosso dinheiro é tão contado e com valor diferente a cada dia.

Fortaleza gasta mais com menos: entenda o cenário

inflação oficial na Região Metropolitana de Fortaleza chegou a 0,55% em maio de 2025, segundo o Ipece. Embora pareça apenas um número, essa alta disfarçada — que não aparece completamente nos índices — tem impactos reais no bolso. É a inflação invisível: o consumidor compra os mesmos itens, paga igual ou mais, mas recebe menos e, muitas vezes, percebe tarde demais.

Mesmo com inflação oficial baixa, o orçamento das famílias cearenses está apertado. Os alimentos e produtos domésticos respondem por cerca de 72% dos gastos familiares, segundo levantamento local do Ministério da Assistência Social. Ou seja: pagar mais por menos em itens essenciais faz diferença real.

A sensação de sair do mercado com menos sacolas, mesmo gastando mais, é cada vez mais comum. Não se trata apenas de impressão: trata-se da inflação invisível, uma forma sutil e silenciosa de perda de poder de compra.

 

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A inflação tradicional você já conhece – aquela medida por índices como o IPCA. Mas e quando o produto diminui de tamanho e continua com o mesmo preço? Quando a qualidade piora sem aviso? Quando taxas e tarifas sobem, mas você só nota quando o extrato chega?

Tudo isso é inflação disfarçada. E o grande problema é que ela afeta justamente quem tem menos margem para errar financeiramente.

Shrinkflation: Quando o Produto Some Diante dos Seus Olhos

Você já ouviu esse termo? Shrinkflation é a junção de duas palavras em inglês: “shrink” (encolher) e “inflation” (inflação). É quando empresas reduzem a quantidade do produto e mantêm o preço, para disfarçar o aumento.

Essa estratégia é legal, mas costuma ser pouco transparente.

Veja alguns exemplos reais no Brasil:

  • Papel Higiênico – antes 30 metros por rolo e agora 25 metros por rolo
  • Achocolatado em pó – antes 400g por pacote e agora 370g por pacote
  • Sabão em pó – antes 1kg e agora 800g
  • Biscoito recheado – antes 140g por pacote e agora 126g por pacote

Fonte: levantamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)

Como Se Proteger da Inflação Invisível com Educação Financeira

A boa notícia é que há como se defender. Mas exige uma mudança de postura: sair do automático, prestar atenção, questionar e comparar. Aqui vão cinco dicas que vão além do óbvio:

1. Compare por quilo, litro e unidade
Sempre calcule o custo por medida padrão, e não apenas pelo valor final. A embalagem pode enganar, mas a matemática não.

2. Crie o hábito de revisar faturas e extratos
Muitos aumentos vêm de reajustes automáticos de serviços. Seja o plano de internet, o serviço de streaming ou o pacote do banco — tudo pode ser renegociado.

3. Teste marcas novas de tempos em tempos
Evite fidelidade cega. Muitas marcas próprias de supermercados oferecem produtos com boa qualidade e maior quantidade por menor preço.

4. Atualize seu orçamento mensal com frequência
Reveja seu orçamento a cada dois meses para incluir reajustes ocultos, tarifas bancárias, mudanças de consumo. Isso evita surpresas e mostra onde cortar.

5. Divida essas informações com sua rede
Quanto mais pessoas souberem, mais pressão o consumidor faz. Troque experiências com amigos, vizinhos e familiares. Informação é poder — coletivo.

inflação invisível é traiçoeira porque não aparece em manchetes nem em boletins oficiais, mas aparece no dia a dia, no sufoco para pagar tudo até o fim do mês.

Seja no supermercado, no contrato do celular ou no plano da TV a cabo, o segredo é prestar atenção e adotar hábitos conscientes. Educação financeira não é só sobre ganhar mais ou investir melhor — é também sobre saber onde e como o seu dinheiro está sendo gasto.

Portanto, se você tem sentido que o dinheiro está sumindo, talvez ele não esteja fugindo… ele só esteja sendo “encolhido” discretamente. Mas agora que você sabe disso, pode agir diferente.

Pensem nisso e até a próxima!

Ana Alves

@anima.consult
animaconsultoria@yahoo.com.br
Economista, Consultora, Professora e Palestrante

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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