TST compra 27 automóveis de luxo para seus ministros. E instala para eles Sala Vip nos principais aeroportos brasileiros.
Escrito por
Egídio Serpaegidio.serpa@svm.com.br
14 de Agosto de 2025 – 06:15
(Atualizado às 06:25)
Legenda: Foto da sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em Brasília. Cada ministro terá um automóvel Lexus, modelo luxo, com motorista
Foto: Shutterstock
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Com a elite da política e do serviço público que o Brasil tem hoje a governa-lo nos três poderes da República, será difícil, muito difícil sair do buraco cheio de graves problemas em que ele se encontra.
Não tomam juízo os responsáveis pelo Executivo, pelo Legislativo e, também, pelo Judiciário. Atentem! De costas para a crise das contas públicas, dando uma “banana” ou um “cotoco” para o contribuinte que sustenta a mordomia dos seus ministros – que é a mesma dos demais tribunais superiores – o Tribunal Superior do Trabalho (TST) acaba de comprar 27 automóveis da marca Lexus, todos de luxo.
Cada uma de suas excelências – que já se transportam hoje, com motoristas, em veículos de alto padrão de conforto para ir e vir do trabalho, ou de almoços e jantares, ou de casamentos e festas de aniversário em Brasília e em outras cidades do país — desfilará, agora, a bordo de um dos mais sofisticados automóveis do mercado. E tudo à custa do apenado contribuinte.
Esta lamentável e inacreditável notícia produzida pelo TST chega no momento em que os jornais abarrotam suas páginas com denúncias da existência de supersalários de magistrados federais e estaduais. Em 2024, segundo denúncia do site jornalístico Metrópoles, houve 28 casos de magistrados que receberam mais de R$ 1 milhão por mês. Por mês!
De acordo com a mesma fonte, “juízes, desembargadores de tribunais federais, estaduais, eleitorais, do trabalho e de conselhos ganharam salários brutos mensais – mensais!!! — acima de R$ 100 mil pelo menos 63.816 vezes” no mesmo ano passado de 2024. Mas este é só um lado do problema a exigir pronta solução, algo que, porém, não está plotado no radar da moralidade, infelizmente. Parece até que a moralidade se despediu da gestão pública brasileira.
Os magistrados, que deveriam dar exemplo de bom comportamento, pois são eles que julgam o que faz de errado o resto da sociedade, estão, aparentemente, emitindo um sinal de liberação geral para os outros dois poderes. Talvez por isto mesmo, deputados e senadores deram-se o divertido e impune trabalho de desviar para as suas próprias finalidades as milionárias emendas parlamentares (sigam os casos já registrados na Codevasf e em prefeituras do Ceará, apurados pela Polícia Federal).
O mais grave e absurdo são as denúncias de que, por trás desses desvios, estão os interesses das facções do crime organizado, que já já estariam ocupando posições nos três poderes republicanos nas esferas federal, estadual e municipal, o que torna o Brasil um país semelhante ao México (neste momento, na vizinha Argentina, o governo libertário de Javier Milei ordenou combate radical contra o grupo multinacional brasileiro PCC, que tenta sentar praça no território argentino).
No Poder Executivo, o último grande escândalo foi o registrado nas contas do INSS, que foram invadidas por uma quadrilha de servidores da própria instituição em conluio com diretores de organizações sindicais, a qual desviou para o seu próprio bolso um Aconcágua de R$ 6,5 bilhões. O que mais impressiona é o fato de que esse bando vinha atuando no INSS desde 2019, tendo ampliado seu roubo de 2020 para cá.
De olho em 2026, o governo tratou de reembolsar, e vem reembolsando, os aposentados e pensionistas ludibriados, mas até agora, estranhamente, não puniu os infratores nem subtraiu deles o dinheiro surripiado do INSS. O tarifaço está escondendo este escândalo.
“Estamos mal, muito mal, e para tornar mais negro o cenário social, político, econômico, financeiro e moral que o país atravessa, está aí o tarifaço de Donald Trump. O presidente Lula anuncia um pacote de R$ 30 bilhões com medidas de socorro às empresas atingidas pela absurda tarifa de Trump. Estamos diante de uma pandemia tarifária que exige medidas emergenciais, como na Covid-19. E como em 2020, a consequência será o aumento da dívida e dos juros do seu serviço de carregamento. Mas, desta vez, ao contrário da outra, essa despesa não impactará a meta fiscal do governo, como promete o ministro da Fazenda, Fernando Haddad”, como didaticamente disse à coluna um requisitado economista, que presta serviço de consultoria a empresas cearenses.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos desta crise.
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